Ferrari ? que futuro?…

O futuro pode vir a ser radicalmente diferente do passado da marca fundada por Enzo Ferrari. Há sinais evidentes de uma revolução em curso , que vão muito além dos contactos de Fernando Alonso para tentar encontrar um alternativa mais competitiva quando a Scuderia não sai da “cepa torta”.
Há razões mais fortes para o espanhol tentar mudar de ares e elas passam pela situação de Luca di Montezemolo, o patrão da marca de Maranello, que tem sido apontado para a liderança da Alitalia, após a companhia aérea italiana ter estabelecido um acordo com os árabes da Etihad. É certo que Montezemolo repete declarações de fidelidade à Ferrari, mas será que a Ferrari ainda o quer?…
Luca di Montezemolo está numa situação difícil, depois de ter sido visto como o herdeiro espiritual de Gianni Agnelli. O timoneiro do Grupo Fiat morreu em 2004, um ano depois de o seu irmão Gianni ter falecido e, no meio da desorientação, a família agarrou-se a uma pessoa que conhecia e em quem confiava: Luca di Montezemolo.
Mas muita coisa mudou desde 2004. A gestão de Sergio Marchionne abriu novos horizontes ao Grupo Fiat com a fusão com a Chrysler e a entrada da nova Fiat-Chrysler na bolsa de Nova Iorque, uma aposta que deve ser vista como a primeira derrota do senhor de Maranel lo , que pensava cotar a Ferrari na bolsa de forma independente do Grupo.
Paralelamente, a nova geração dos Agnelli assumiu um papel mais interventivo do que se esperava, com destaque para John Elkann (neto de Gianni) e para o seu primo Andrea Agnelli, o presidente da Juventus.
Estas movimentações limitaram a autonomia absoluta de Luca di Montezemolo . Os jovens da família Agnelli querem assumir o controlo das operações, e as pressões sobre a Ferrari são cada vez maiores .
O primeiro grande sinal da perda de poder de Luca di Montezemolo aconteceu antes do Verão , quando Sergio Marchionne liderou a reunião do Grupo Fiat-Chrysler, que anunciou o plano quinquenal aos maiores accionistas. Montezemolo nem se deslocou aos Estados Unidos, o que mostrou quem tem verdadeiramente peso no Grupo .
Se algumas dúvidas subsistiam, o recente Conselho de Administração da Fiat deixou de incluir Luca di Montezemolo e a justificação de John Elkann é simples: passa pela necessidade de mostrar uma maior internacionalização do Grupo Fiat-Chrysler.
A dupla Marchionne/Elkann limita cada vez mais o espaço de Montezemolo e, se mais exemplos fossem necessários, basta referir que foram eles que escolheram Marco Mattiaci para liderar a Scuderia, contra a vontade do patrão da marca de Maranello.
Em face de tudo isto, resta agora esperar pelas cenas dos próximos capítulos. < ;b>Será que Montezemolo está disposto a viver sob pressão?… Não nos parece.
Marchionne/Elkann podem vencer o braço de ferro, mas a Ferrari não é apenas um construtor de automóveis. É uma marca e tem uma alma. Tem que ser gerida de uma forma diferente e não apenas por alguém com grande competência financeira. Se for esse o caminho, a situação da mítica Ferrari pode alterar-se rapidamente. Construir um mito é uma tarefa homérica, mas destrui-lo não é muito difícil…
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