F1: Ferrari corre atrás do prejuízo

Depois do reinado da Red Bull na F1, parece que entrámos na era da Mercedes. A Ferrari continua a correr atrás do prejuízo…

O 4º lugar de Fernando Alonso em Sepang sabe a pouco. No final da corrida, o espanhol admitiu que “estamos entre os primeiros, mas é necessário evoluir”. Deveria ter dito: voltamos a correr atrás dos mais rápidos, porque os resultados são inequívocos: nos treinos Alonso voltou a ser “o melhor dos outros” e não um protagonista para a pole-position. O Ferrari F14 T não está ao nível do Mercedes W05 que, como diz Fernando Alonso, “tem uma unidade de potencia mais eficaz”, sendo difícil dizer se é uma questão de software ou de concepção do carro.

Mas se a Ferrari ficou aquém do ritmo da Mercedes, também foi ultrapassada pelo RB 10 da Red Bull, que todos consideram estar muito aquém da competitividade dos anos anteriores. Em Sepang ficou a ideia de que o RB 10 perde em velocidade o que ganha em apoio aerodinâmico em curva. Para já perde em recta e não está a ganhar ao nível do consumo, um dado muito importante na “nova” F1.

Não deixa de ser curioso que este seja exactamente o mesmo problema da Ferrari. As duas equipas estão numa situação semelhante, mas se a Red Bull começou por ter graves problemas de fiabilidade e já consegue discutir lugares no pódio. A fiabilidade dos Ferrari nunca foi um problema, mas os pódio continuam a ser uma miragem.

O desempenho de Fernando Alonso em Sepang ficou aquém do que se esperava no confronto com a Red Bull e deixou a McLaren para trás. Mas não nos podemos esquecer que a equipa de Woking é uma trânsfuga. Está à espera da chegada da Honda e, por causa disso, não tem os favores da Mercedes.

Consumo na Red Bull: o quilo não é igual ao litro

A desclassificação de Daniel Ricciardo (Red Bull) no GP da Austrália só será clarificada no dia 14 de Abril, altura em que se reúne o Tribunal de Apelo da FIA. Até aqui tudo normal. A burocracia necessita de tempo, mas a decisão é tanto mais urgente quanto pode revolucionar a nova regulamentação do consumo que está a espartilhar a F1.

De acordo com os novos regulamentos, e independentemente da redução do volume dos depósitos de combustível, há uma regra clara: o fluxo de combustível para o motor não pode ultrapassar os 100 kg/hora. Esta norma é monitorizada ao segundo por sensores da própria FIA (integrados em cada motor) que, neste caso, parecem ter dados diferentes dos recolhidos pelos sensores da Red Bull.

É aqui que nasce o problema, que pode ter influência no desenrolar do campeonato. Quais são os dados verdadeiros… Os da FIA ou os da equipa? É isso que o Tribunal pode clarificar.

A FIA está satisfeita com o desempenho dos seus sensores, mas nunca impediu as equipas de terem um sistema paralelo. Durante o GP da Austrália avisou a Red Bull que estava próxima de ultrapassar os limites regulamentares, um aviso que também estendeu à Mercedes, que chegou a estar à beira de uma situação semelhante.

Os alemães ultrapassaram o problema mas a Red Bull ignorou o alerta, apostando apenas nos dados próprios  que diz ter em seu poder. É aqui que reside o problema. Por um lado, um quilo de combustível ou de algodão continua a ser um quilo e uma equipa não pode banalizar uma informação da FIA porque tem outra que lhe dá mais jeito.

Parece que foi isso que a Red Bull fez, da mesma forma que nos últimos anos também conseguiu andar no fio da navalha dos regulamentos, com algumas interpretações que lhes eram favoráveis. Como os austríacos já conseguiram fazer vencer as suas ideias, se calhar até podem vir a mostrar que os sensores da FIA estão errados, que a medida do fluxo de carburante deve ser aferida de outra forma, ou que um quilograma/FIA não tem o mesmo peso do que o quilograma universal. Na F1 tudo é possível.

 

 

 

A F1 não mudou para melhor

O Mundial ainda mal começou. A segunda prova da temporada tem lugar em Kuala Lumpur (30 de Março), mas após o GP da Austrália ninguém pode esperar emoções fortes. A F1 está (para já) refém da fiabilidade mecânica e do consumo e, se a animação das ultrapassagens já era pouca, passou a ser ainda menor. Basta recordar que em 2013 foram vistas 43 ultrapassagens nas ruas de Melbourne e em 2014 apenas se verificaram 29…

 

É verdade que há um ano atrás havia ultrapassagens demasiado fáceis, devido à acção do DRS, mas sempre era melhor do que as “não-ultrapassagens” deste ano. Passámos de uma situação artificial, criada por um artifício tecnológico, para uma nova realidade do tipo “follow the leader”, com um comboio de monolugares ao longo da pista com os pilotos mais preocupados em salvaguardar a mecânica e reduzir o consumo do que em atacar o adversário da frente. É uma luta pela sobrevivência, mas não só…

 

Como se esperava, com toda a tecnologia híbrida envolvida, os pilotos foram obrigados a alterar o seu estilo de condução. Travar no limite à entrada de uma curva, e tentar acelerar o mais rapidamente possível à saída, passou a ser um estilo tão arcaico como perigoso. Os engenheiros exigem que os pilotos levantem o pé do acelerador mais cedo para aproveitar a desaceleração para carregar as baterias, que fornecem uma potência alucinante em reaceleração, de uma forma tão brutal que mesmo os mais experientes (caso de Kimi Raikkonen) têm dificuldade em controlar.

 

Com os pilotos em reaprendizagem, com uma fiabilidade incerta e com a ameaça de ultrapassar os limites de consumo, o GP da Austrália foi uma espécie de “economy run”, o que nos parece ser contra-natura na F1, onde todos esperam que o piloto mais rápido seja o vencedor e não aquele que chega mais longe com menos gasolina.

 

Depois da primeira corrida da temporada, onde Rosberg (Mercedes) se adiantou e Ricciardo (Red Bull-Renault) assumiu a segunda posição (independentemente da posição da FIA após a corrida), o que ficou na retina dos espectadores foi o “comboio” que se formou atrás dos primeiros, onde ninguém tentou verdadeiramente discutir posições. Faz sentido que vários pilotos com monolugares, e sobretudo com motores diferentes, rodem todos com o mesmo ritmo?… Não nos parece, mas todos apenas pensavam em poupar gasolina e em chegar ao final da corrida.

Infelizmente, esta é a nova F1…

Alarme na F1 – Fiabilidade é um quebra cabeças

O tempo não pára. Estamos em contagem decrescente para o início da temporada de F1 e os sinais estão longe de ser positivos. Depois de três sessões de testes (uma em Jerez e duas em Sakhir) as dúvidas permanecem, mas há uma certeza: ninguém sabe se consegue terminar a corrida de Melbourne. Só no último dia de testes foram mostradas oito bandeiras vermelhas para remover carros em dificuldades.

Os novos F1 para 2014 estão muito longe de serem fiáveis.

Toda a tecnologia embarcada é demasiado complexa e ninguém tem certezas sobre o melhor caminho. Nem a Mercedes, que parece estar em vantagem ao nível dos motores, passou ao lado dos problemas quer com a equipa oficial quer com os parceiros da Williams. A McLaren também passou por dificuldades, o que se pode compreender com o arrefecimento das relações com a marca alemã, mas os Force India foram igualmente responsáveis pela interrupção dos testes.

No campo da Ferrari, sabe-se que os italianos procuram ser discretos, disfarçando as dificuldades que sentem. Mesmo assim, notam-se progressos importantes no campo da Sauber (apesar de um principio de incêndio no sábado) e até mesmo da Marussia.

No meio deste pandemónio a Red Bull continua a ser a equipa com maiores dificuldades. Tem rodado pouco, devido aos problemas com os motores Renault e isso não tem ajudado a desenvolver o sistema de travagem by wire, que também está a criar dificuldades. Mesmo a Lotus, que parecia ser a melhor equipa do clã Renault, terminou mal a sua passagem por Sakhir com o carro parado em chamas. A Toro Rosso foi muito discreta e apenas a Caterham passou ao lado das dificuldades. mas os tempos foram mais do que modestos, estando longe de poderem permitir chegar ao limite dos 107% para se qualificarem para a partida do GP da Austrália.

A situação é dramática e o GP da Austrália pode vir a ser um espectáculo burlesco. Não está fora de hipótese que um carro que se arraste pela pista desde a partida possa vir a ser o vencedor se os Mercedes os Williams ficarem pelo caminho. É certo que ainda faltam um par de semanas. Vai haver uma evolução, mas nestas coisas não há milagres…


Anunciar on-line | Assinaturas | Contactos | Directórios | Notícias por RSS | Promoções | Serviços Móveis Record | Serviços Móveis CM
PERSONARE.XL | Classificados | Emprego | Jogos | Horóscopo | Lojas on-line | Tempo

Copyright ©. Todos os direitos reservados. É expressamente proíbida a reprodução na totalidade ou em parte, em qualquer tipo de suporte, sem prévia permissão por escrito da Edirevistas, S.A. , uma empresa Cofina Media - Grupo Cofina.
Consulte as condições legais de utilização.