Aposta arriscada da Ferrari

 

Sergio Marchionne (à esq.) e Luca di Montezemolo

Luca di Montezemo deixou a presidência da Ferrari em virtude de conflitos ao nível dos diversos braços da família Agnelli. Os desastrosos resultados da Scudeia na F1 foram apenas a gota de água que serviu para justificar a decisão de Sergio Marchionne, o homem forte do Grupo Fiat-Chrysler, mas é aqui que começam os problemas.

A Ferrari é mais do que um construtor de automóveis e precisa da F1 e Marchionne sendo um g estor do mundo automóvel não tem qualquer experiência na F1, embora tenha reservado para si a presidência da Ferrari.

Este cargo tem uma componente de gestão, mas também tem de ser muito político. Sempre foi assim, nos tempos de Enzo Ferrari ou nos de Montezemolo, que marcou pontos nos confrontos comerciais com Ecclestone e com Jean Todt (o presidente da FIA) no campo desportivo. O ex-presidente tem mais de 40 anos de experiência na F1 e o novo presidente não tem nenhuma, não podendo contar com o apoio de Marco Mattiacci, o director desportivo que escolheu para a Scuderia, porque também este é um recém-chegado ao mundo da competição e antes de assumir o cargo nunca tinha visto uma corrida de automóveis atrás do muro das boxes.

A F1 não esconde que precisa da Ferrari, a única equipa que alinhou em todos os campeonatos do mundo desde que o campeonato foi criado, mas Ecclestone sempre teve uma relação de amor/ódio com a Scuderia e Montezemolo conhecia as debilidades do patrão da F1 e sempre tirou partido delas.

Com Marchionne tudo será diferente, não temos dúvidas de que os italianos vão perder peso. Em termos comerciais, Marchionne sabe negociar e basta olhar para o acordo com a administração americana que lhe cedeu a Chrysler e ajudou a pagar a sua recuperação. Mas o Grupo Fiat-Chrysler é muito absorvente, e não vemos que o italiano (para além da falta de experiência) possa ser muito interventivo junto de Ecclestone ou Jean Todt, que certamente ainda não esqueceu que foi o homem forte de Turim que ajudou a empurrá-lo para fora da Scuderia.

Tudo isto surge numa altura em que a Ferrari tem necessidade absoluta de conseguir rever a regulamentação da F1 para poder responder ao domínio esmagador da Mercedes. Não temos dúvidas de que “os cemitérios estão cheios de indispensáveis”, mas Luca di Montezemolo vai fazer muita falta à Ferrari, no futuro mais próximo.

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