WRC: Rali de Portugal está em perigo, digo eu…

Mikko Hirvonen lidera o Rali de Portugal

 

À entrada para a fase final do Rali de Portugal, pode-se afirmar que em termos desportivos a prova foi um flop, o que contrasta com a megalomania da organização desenhada por Pedro de Almeida, o director da prova. Em tempo de “vacas magras”, o ACP decidiu levar por diante um rali “gordo” e no papel tudo parecia perfeito: a prova manteve o seu epicentro no Algarve, voltou a partir de Lisboa e, para dilatar os seus horizontes, foi antecedida de um rali-sprint em Fafe.

O regresso a Fafe foi um sucesso, mas quando começou a contagem decrescente para o rali, surgiram as críticas aos troços nocturnos e à falta de visibilidade que poderia ocorrer devido ao inevitável pó que se iria levantar nos troços de terra queimada pela seca.

Já aqui criticámos os críticos, mas o Rali de Portugal, que parecia sentenciado pelo pó, foi condenado pela chuva que transformou a poeira em lama escorregadia – “muito escorregadia”, como vincou Petter Solberg, na primeira noite. Nestas condições, quem pensou que “quem não arrisca não petisca”, acabou fora da estrada. Foi o que aconteceu a Sébastien Loeb, que colocou a Citroën em xeque.

O segundo dia de prova só podia ser um passeio para Jari-Matti Latvala e Petter Solberg, apesar da chuva ter sido impiedosa, caindo com a abundância que o país há muito desejava. Nestas condições, os pilotos dos Ford Fiesta WRC deram provas de uma grande imaturidade. Latvala queixou-se do “piso muito escorregadio, do nevoeiro e dos vidros embaciados”. Mas as condições eram iguais para todos e, em apenas dois troços, os dois homens da equipa ficaram fora de estrada. Azar?… Talvez, mas também muita falta de cabeça.

Desta forma, sem saber como nem porquê, o Citroën DS3 WRC de Mikko Hirvonen tem 36,3 segundos de vantagem sobre Evgeny Novikov (Ford Fiesta WRC), um privado que nunca terá sonhado chegar até onde chegou. Quando vemos que Ostberg (Ford Fiestra WRC) e Sandell (Mini) são outros dos pilotos na luta pelos lugares no pódio, podemos concluir que, ganhe quem ganhar, desportivamente a prova é um flop e que não adianta nada para o que está em jogo: o Mundial de Ralis.

Mas o flop também é extensível à organização. Pedro de Almeida exacerbou em ambição no projecto do rali: esteve bem face aos que mostraram temor pelo pó, mas voltou a correr riscos excessivos nos troços do Algarve.

Não contestamos o epicentro da prova, mas todos sabemos que as estradas das serras do Algarve são miseráveis e que ficam intransitáveis com condições meteorológicas adversas. Não é a primeira vez que isto acontece, mas ninguém parece aprender com os erros anteriores. É fácil e económico fazer rondas pelos troços, mas quando os acessos são difíceis, fica tudo atravancado. Foi o que voltou a acontecer e foi por isso que os concorrentes não passaram e foi necessário neutralizar a prova, para mais tarde anular três classificativas.

A decisão foi correcta?… Não poderia ser outra, mas isso não nos impede de recordar que foram condições meteorológicas adversas que já afastaram o Rali de Portugal do Campeonato do Mundo. Seria (ou será) bizarro que, depois de tanta celeuma em torno do pó, seja a chuva que pode voltar a roubar o rali a Portugal. A FIA não perdoa – nem ao São Pedro…


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