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A oportunidade há 13 anos aguardada por uma das mais poderosas associações portuguesas, o MIRP, Movimento de Invejosos e Ressabiados Persistentes, pode estar aí: José Mourinho parece ter entrado no..." /> Terá Mourinho perdido a sua boa estrela? - Quinta do Careca - Record

Quinta do Careca

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Terá Mourinho perdido a sua boa estrela?

22 Setembro, 2013 917 visualizações

A oportunidade há 13 anos aguardada por uma das mais poderosas associações portuguesas, o MIRP, Movimento de Invejosos e Ressabiados Persistentes, pode estar aí: José Mourinho parece ter entrado no ocaso! Estou convencido que ainda não será desta que essa gente viverá um período de “realização” na sua triste existência, mas a verdade é que as duas derrotas consecutivas do Chelsea lhe abrem algumas perspectivas.

Reconheço que me enganei com o relativo insucesso da jornada madridista de Mou e com a previsão de que o técnico de Setúbal seria o “Ferguson do Real Madrid”. A aposta tinha riscos, demasiados até, e minimizava o peso de duas realidades: ao contrário do Manchester United, o Real é um clube de grandes exigências, muitos amores e ódios rápidos e assassinos, e ao contrário de Sir Alex, um profissional sereno e adepto do “low profile”, Mourinho é um protagonista, um homem controverso, um polemista irreprimível. A estabilidade desse casamento era quase impossível e só poderia resultar, como resultou, em divórcio.

Ignorando essas realidades, convenci-me que os merengues seriam a instituição à medida da ambição de Mourinho – se há emblema com o qual se consegue ganhar tudo ao longo de uma década é o do Real – e o português seria também o treinador adequado às pretensões desmedidas dos “blancos”, como provavelmente a presente temporada confirmará. Mas não foi assim e o maior prejudicado terá sido o técnico do Chelsea.

Pelo prestígio de que goza e pela exigência que as suas próprias exigências impõem, o que Mourinho não precisava era de ter de construir uma equipa em dois meses. Jogadores a acusarem o peso da veterania – Terry, Essien, Lampard, Cole ou Eto’o – e jovens talentos com escassa maturidade – Van Ginkel, Hazard, Oscar, Schurrle ou De Bruyne – não formam um onze sólido sem trabalho duro e muitas semanas, alguns avanços e recuos, não pouco sofrimento e inúmeras contrariedades.

Ao vestir o fato do Super-Homem, que tudo alcança em qualquer circunstância, Mourinho desafiou a sua boa estrela. E as estrelas, como sabemos, duram barbaridades mas não são eternas.

Canto direto, crónica publicada na edição impressa de Record de 21 setembro 2013