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Os que têm juízo aforram o mais possível, sabendo que a inatividade é certa: nos jogadores, uma carreira normal acaba entre os 33 e os 35 anos, nos treinadores médios trabalha-se hoje mas amanhã nã..." /> — ler mais..

Os que têm juízo aforram o mais possível, sabendo que a inatividade é certa: nos jogadores, uma carreira normal acaba entre os 33 e os 35 anos, nos treinadores médios trabalha-se hoje mas amanhã nã..." /> Quinta do Careca - Record

Quinta do Careca

Jorge Jesus e Luisão em duas entrevistas marcantes

22 Novembro, 2017 0

Os que têm juízo aforram o mais possível, sabendo que a inatividade é certa: nos jogadores, uma carreira normal acaba entre os 33 e os 35 anos, nos treinadores médios trabalha-se hoje mas amanhã não se sabe. É, assim, natural que os profissionais do futebol sejam uma espécie de gente estranha, geralmente desconfiada e fechada no seu casulo de incerteza permanente. Ainda que a internet e as redes sociais, que mudaram a vida de todos os dias – e as mulheres, as “esposas” de ontem, justiça se lhes faça! –, tenham alterado também o paradigma do secretismo no mundo da bola, a timidez mantém-se e os protagonistas pouco se deixam conhecer fora dos estádios e do seu círculo restrito. Foi por isso muito bom ler a entrevista de Luisão ao “Expresso”, e ver e ouvir Jorge Jesus na 400.ª edição do “Alta definição”, da SIC, já que pudemos navegar pela “face oculta da Lua” de dois nomes marcantes do futebol português.

Sinto admiração por ambos e pelo brasileiro desde os tempos em que começou a impor-se no balneário, o que levou Record a classificá-lo, numa manchete, de “capitão sem braçadeira” – para desespero de outro suposto candidato. O percurso de Luisão na Luz confirmou, aliás, o seu carisma e a sua inteligência, além de um profissionalismo que o projetou para o patamar onde, quase aos 37 anos, ainda se encontra. Agora, a revelação da próxima vinda dos pais para Lisboa e a decisão de aqui continuar a viver depois de pendurar as botas – ao contrário de tantos compatriotas para os quais Portugal é apenas um ponto de passagem – mostram outra caraterística relevante da personalidade de Luisão: a gratidão. O amor pelo país que o acolheu, e pelo emblema que tudo lhe proporcionou, completa o seu perfil e traça, em definitivo, o seu caráter.

Quanto a Jorge Jesus, Daniel Oliveira arrancou-lhe o que faltava descobrir: os sentimentos mais profundos de uma pessoa diferente e sensível, de um homem de família que não gosta de sair de casa, de um filho da Amadora que vive na Outra Banda e que falhou rotundamente como “professor de Português” para vencer e se consagrar na arte do futebol. Em breve o tratarão por Mestre, “acarditem”.

O parágrafo final vai para o Real Madrid e para Cristiano Ronaldo. Dos merengues, não há muito mais a dizer além de que jogam pouco e estão já a 10 pontos do Barcelona – e a 6 (!) do Valência, atenção. De Cristiano, basta recordar dois lances: um na primeira parte, em que parecia ir isolar-se e perde ao sprint para Juanfran, um rapaz da sua idade; e o outro, já perto do final do dérbi madrileno, quando descaído sobre a direita, livre de marcação e quase na cara de Oblak, falha o golo por lentidão excessiva na preparação do remate. Moral da história: não é, na verdade não podia ser, o jogador dos velhos tempos – a velocidade foi-se. Vai custar-lhe a admitir isso, mas é a vida.

Outra vez segunda-feira, Record, 20NOV17

A 4 de março vão ser 10 a 0

30 Janeiro, 2017 0

Passei ontem junto ao Estádio José Alvalade e tive a agradável surpresa de ver derrubado o tapume que existia há anos nuns terrenos contíguos e de poder observar, enfim, a “obra de regime” de Bruno de Carvalho: o Pavilhão João Rocha, uma velha aspiração das modalidades sportinguistas.

Lembrei-me logo, claro, da polémica em torno de Fernando Medina, que teve de escolher entre deixar partes da capital a apodrecer e ser apontado pelo desleixo, ou encher meia Lisboa de estaleiros e ser desancado por isso. Mas é sempre melhor errar, fazendo, do que acertar por nada ter feito.

Podemos olhar do mesmo modo para o presidente do Sporting, um homem imperfeito e tantas vezes insuportável, que preferiu apresentar-se a eleições com obra, sendo que a inauguração do novo polidesportivo constituirá apenas o terceiro vértice do triângulo que marca o seu mandato, após a redução da dívida e o saneamento financeiro, e a contratação de Jorge Jesus.

E se a questão do dinheiro e do pavilhão são trunfos indiscutíveis, a do treinador é posta em causa a cada insucesso, como se no futebol se ganhasse com desejos, farroncas ou passes de magia e não houvesse que dar tempo ao tempo. E tempo é o que se tenta que presidente e treinador não tenham, por ser esse o caminho que mais convém aos adversários de ambos. Mas não alimentem ilusões: se os dados forem os que estão hoje sobre a mesa, a 4 de março vão ser dez a zero.

Canto direto, 30JAN17

Um tiro pela culatra após o V.Setúbal-Sporting

13 Janeiro, 2017 0

Gostava de conhecer os critérios pelos quais se rege um realizador quando mostra algumas imagens de agentes desportivos desavindos, durante ou no final de um jogo, e esconde outras não menos relevantes, nem menos lamentáveis. O que se passa num recinto desportivo, ou se exibe dentro dos limites do decoro ou se esconde quando esses limites são ultrapassados. O que não faz sentido é não haver critérios para o que pode ou não pode, ou deve ou não deve ser transmitido. Jorge Jesus, por exemplo, foi expulso no final da partida de Setúbal e o que lhe vimos fazer foi tão bom ou tão mau como o que fizeram outros intervenientes que não foram expulsos.

Foi para realçar a falta de imagens importantes e a transmissão de pormenores inócuos que…

Texto integral em www.alexandrepais.pt

Boas Festas no Carnaval e também na Páscoa

27 Dezembro, 2016 0

Foi arrancado a ferros, com uma vítima provável, o Belenenses, cliente habitual a pagar faturas de derrotas ao cair do pano. A verdade é que o Sporting, com o golo serôdio de Bas Dost – nascido da classe enorme de Campbell, essa é que é essa – pode bem ter iniciado o percurso da recuperação.

Interessa pouco o folclore que vai da cara para morrer do capitão Adrien ao receber as “boas festas” dos adeptos na Academia, até à volta ao redondel de Bruno de Carvalho, no Restelo, no final do jogo de quinta-feira. Isso dá para entreter e acalmar as massas, mas o mapa desta fase está nas mãos de Jorge Jesus: ou ele encontra o caminho para a mina ou podem ir a Alcochete também no Carnaval, na Páscoa e nos santos populares, que nada feito.

Em Portugal, figuras como as de Arsène Wenger ou do retirado Alex Ferguson são como extraterrestres. Pessoas respeitáveis, técnicos competentes, exímios condutores de homens, mitos do futebol? Que sejam, não queremos cá disso. Para nós, os treinadores são de consumo rápido, ora adulados como os melhores do Planeta, ora vaiados como bestas quadradas. De que é exemplo, aliás, o próprio Jorge Jesus no Benfica, louvado pelo que ganhou e criticado pelo que não conseguiu alcançar – e por vezes os “analistas” são os mesmos, com uns meses de intervalo até os idiotas mudarem de opinião.

Com estes dias de paragem, os leões recuperarão os níveis físicos e voltarão à luta. Não por causa do folclore, mas apenas porque têm um treinador.

Canto direto, Record, 26DEZ16

E Jorge Jesus acabará só

20 Dezembro, 2016 0

Era capaz de jurar que nunca mais veríamos Jorge Jesus cair de joelhos, como aconteceu no Dragão após a assistência de Liedson para o pontapé da vida de Kelvin, que tirou o campeonato ao Benfica. Enganei-me. Ontem, após a derrota frente ao Sp. Braga, o treinador surgiu na Sporting TV com o rosto desfigurado, marcado por uma angústia que nos remetia para o pesadelo que viveu naquela noite de sábado, 11 de maio de 2013.

Eliminados da Champions, afastados da Liga Europa, vencidos na Luz pelo velho rival, os leões atravessam uma fase de esgotamento físico e de quebra de confiança. Jogam, como diz o capitão Adrien, mais com o coração do que com a cabeça.

A fasquia alta colocada por Bruno de Carvalho em termos de objetivos para esta época – a seguir ao falhanço que foi a última – e a jactância verbal de Jesus colocam ambos numa situação difícil perante os adeptos que acreditaram no que lhes prometeram e veem hoje o líder a 8 pontos. Mas não ficarão empatados nessa responsabilidade. A política das acusações permanentes, que parece não estar a dar os resultados pretendidos, tantos têm sido os desaires neste dezembro, deixará, mal chegue a hora, o treinador no patíbulo. Sozinho, claro.

Nota final: aquele que é acusado de não aparecer em jogos importantes marcou mais três golos numa final – chegou aos 55 em 2016 – e tornou-se no primeiro futebolista da história a ganhar, no mesmo ano, o Europeu, a Liga dos Campeões, o Mundial de clubes e a Bola de Ouro. Tinha de chegar o dia, eis o ocaso de Cristiano Ronaldo.

Canto direto, Record, 19DEZ16

Jesus e Mourinho em sofrimento

31 Outubro, 2016 0

José Mourinho passa por dificuldades: o Manchester United é oitavo e está, à 10.ª jornada, a 8 pontos dos líderes da Premier, que são logo três, e a 7 pontos do quarto classificado, correndo sérios riscos de voltar a não se apurar para a Liga dos Campeões. Pior é a vida de Frank de Boer: o Inter – que como o MU gastou mais de 100 milhões de euros em “reforços” – é 11.º no Calcio, a 13 pontos (!) da Juve, e vê também a Europa por um canudo.

Jorge Jesus, sendo melhor técnico do que o holandês mas não superior a Mourinho, não foge aos altos e baixos da vida de um treinador de futebol e encontra-se em situação igualmente complicada: só com um quarto do campeonato decorrido, o Sporting segue a 7 pontos do Benfica, já é quarto, atrás de Porto e Braga, e tem apenas mais 1 ponto que o quinto. Se juntarmos os 4 pontos que separam os leões do Real e do Borussia, na Champions, o quadro completo é negro.

A tarefa de Jesus não é, apesar de tudo, tão complexa como a de Mourinho, e uma conjugação de resultados mais feliz pode fazer regressar a esperança. Na quarta-feira, há que procurar um resultado positivo em Dortmund, cuja equipa não parece tão sólida assim, e no domingo levar de vencida o Arouca, em Alvalade. E se o FC Porto cumprir a obrigação de derrotar o Benfica no Dragão – do que duvido – então o Sporting reduzirá a diferença dos encarnados para 4 pontos e o sol estará de volta. O futebol muda a cada jogo a face das coisas. Basta trabalhar e ter uma ponta de sorte.

Uma palavra final de público apreço para o Fábio Lima, jornalista cá da casa. Ele sabe porquê e “eles” também.

Canto direto, Record, 31OUT16

Jesus em busca da defesa perdida

4 Outubro, 2016 0

Marco Ferreira confirmou, aqui no Record, o que todos vimos menos o árbitro: Soares a enganar Schelotto antes de cabecear para o 3-3, em Guimarães. E escrevo enganar, e não empurrar, desde logo por se ter tratado de um daqueles empurrões que os jogadores dão uns aos outros, dentro da área, para ganharem posição. E depois porque em vez de se tentar reposicionar – a bola ainda vinha longe… – o defesa argentino se preocupou, sim, mas com Marega, puxando-lhe a camisola, como a excelente foto de abertura da nossa edição de ontem documenta com clareza.

Deixemos então o árbitro, que errou para os dois lados – também perdoou um penálti aos leões, por derrube de Rúben Semedo a Marega, sempre ele – para pormos o acento nos 10 golos que o Sporting sofreu frente a Real Madrid (2), Rio  Ave (3), Estoril (2) e V. Guimarães (3), sete dos quais dentro dos últimos 15 ou 20 minutos e cinco sobre o cair do pano.

Não vale a pena, igualmente, sublinhar as ausências de Adrien por altura da maioria desses golos e a fragilidade do meio-campo leonino quando isso acontece. Sem ele, e já sem João Mário, o que fará Jorge Jesus quando William tiver que parar? É que gente à mesma altura não tem. Mas antes, o treinador terá de repor na sua defesa – depois de tanto lhe ter custado acertar na dupla de centrais – a segurança perdida com esta estranha rotação de laterais. Marvin é vulgar e Schelotto, sendo melhor, ontem não se deixou embrulhar apenas no golo do empate. Todos recordamos aquela perna esticada em vão, que libertou o corredor a Hernâni, na jogada que terminaria no primeiro dos vimaranenses… Meu rico João Pereira.

Canto direto, Record, 3OUT16

Bazófias

19 Setembro, 2016 0

Os últimos auto-elogios de Jorge Jesus, empolgado com a bela exibição do Sporting em Madrid, surgiram na pior altura. Não pelo justo orgulho do técnico na sua capacidade – uma vitória em Camp Nou ou uma derrota na Arrentela manteriam tanto os seus méritos como os deméritos – mas pelo catastrófico efeito que não terão deixado de produzir nos jogadores, esmagados, quatro dias antes, pelo camartelo do Bernabéu.

Foram esses profissionais generosos, que estiveram à beira de fazer história no futebol, que ouviram o seu treinador, antes de uma partida que se sabia difícil, dizer que não tinha o melhor plantel – ou seja, os jogadores com que trabalha são banais – mas tinha a melhor equipa porque a diferença está no treinador… Palavras insensatas as de JJ, proferidas em tempo inadequado, uma vez que o foco devia estar na recuperação anímica e psicológica dos seus homens e não na glorificação da sua excelsa pessoa.

Antes de lhe construírem uma represa, em Coimbra, o rio Mondego era conhecido por “Bazófias” porque transbordava no inverno, para se reduzir, no verão, a um fiozinho de água. No futebol, hoje é-se “special”, amanhã perdem-se jogos consecutivos e enfrenta-se o despedimento. Não adianta cantar a vitória eterna porque a derrota, mais cedo ou mais tarde, aparece. E às vezes aos pares, como é o caso. Depois, não é bonito ver, pelo menos eu não gosto, “o grande Jorge Jesus” de que bem falava há dias o diário “Marca”, ser hoje o grande motivo da chacota popular.

Mas dou-lhe alguma razão no conceito “a diferença está no treinador”. Ontem, esteve em Nuno Capucho.

Canto direto, Record, 19SET16

Contra o destino, nada feito

15 Setembro, 2016 0

Em dez jogos em casa para início da Liga dos Campeões, o Real Madrid obteve dez vitórias. E isso aconteceu tanto a jogar bem como a não dar uma para a caixa, como ontem – ou como sucede, vendo bem as coisas, desde a última época de José Mourinho, quando os barões do balneário merengue se dedicaram, com pleno êxito, mais à intriga do que ao futebol. A esse peso estatístico chama-se destino e contra o destino, nada feito. Os leões ainda ousaram desafiá-lo até ao minuto 89, aquele em que Cristiano fez de “Talisca do Sporting” para conseguir meter a bola na gaveta de Rui Patrício, regressando assim à quase esquecida condição de emérito marcador de livres. Foi o seu terceiro golo, em três jogos, frente ao emblema que o formou, outro desígnio do que tem de ser.

Síndrome dos minutos finais. Jorge Jesus, aliás, lá estava, no Bernabéu, igualmente com o livro do destino debaixo do braço: mais uma vez expulso do banco por falta de autocontrolo emocional, uma pecha antiga, e atingido de novo pelo síndrome dos golos fatídicos dos últimos minutos, seu velho “compagnon de route”.

Burguesia madrilena. Não havendo vitórias morais e tendo em conta os empates caseiros de Benfica e FC Porto, perante adversários menos cotados, a verdade é que o Sporting dispõe, neste começo de temporada, da melhor equipa portuguesa. Até saírem Gelson Martins – o próximo fenómeno a encher os cofres de Alvalade – e Adrien, os leões vulgarizaram a burguesia madrilena e só perderam a batalha contra o destino porque já não se encontrava Slimani no lugar de Bas Dost – um avançado sem profundidade de jogo – nas duas ocasiões, aos 34’ e aos 63’, em que o holandês falhou a entrada à bola após centros de Gelson.

Já em 2007… A recente entrevista de Jesus ao Record fez com que lhe soltassem os cães ao caminho. Não tendo coragem para criticar Mourinho – viram como De Bruyne, que Mou não quis no Chelsea, moeu, no sábado, o MU? – mordem nas canelas de JJ. Em 2007, quando o Belenenses, liderado pelo mesmo Jesus, perdeu, por 1-0, com o Real Madrid, para o Teresa Herrera (ao contrário do que disse o comentador da Sport TV, o desafio não se realizou no Bernabéu), que “não se notou grande diferença em termos de jogo”, que “os jogadores do Belenenses foram melhores taticamente” e que “anularam as referências do adversário”. Nove anos decorridos, só não pode repetir essas palavras porque, “em termos de jogo”, a diferença foi grande e a favor do Sporting. Entender de futebol e saber trabalhar também é um destino.

Contracrónica, Record, 15SET16

O elixir de Alvalade ou a descoberta da pólvora

29 Agosto, 2016 0

Reza a lenda que na China do século IX, ao procurar criar o elixir da imortalidade, um grupo de alquimistas descobriu a pólvora. Também o Sporting recorreu a um alquimista, Bruno de Carvalho, para inverter o rumo das desgraças que se sucediam em Alvalade e descobrir a pólvora. Podia é tê-lo tido mais cedo, logo nas eleições de 2011, quando Bruno tinha a batalha ganha até às 18 horas, para depois aparecer, sobre o fecho das urnas, a brigada do reumático, carregada de votos, a virar a coisa para o lado de Godinho Lopes, um azar dos diabos.

Conflitualidade permanente. O presidente leonino percebeu, desde a primeira hora, que a prioridade era recolocar o Sporting no mapa de que sucessivos erros desportivos e de gestão o tinham retirado. Daí as polémicas, os remoques, os contra-ataques, a estratégia da conflitualidade permanente. E a preocupação da comunicação. A saída de João Mário para o Inter foi “compensada”, no próprio dia, com o anúncio da maior transferência de sempre de um jogador português para o estrangeiro e a contratação de Pedro Delgado – valha ela o que valer. Antes do clássico de ontem, soube-se, quase em simultâneo, da partida de Slimani e do desembarque de Bas Dost.

Euforia controlada. São atos normais de uma gestão profissional? Sim, mas transmitem confiança aos adeptos e à estrutura, e geram um entusiasmo que se transmite aos jogadores, que retomaram o hábito de vencer e veem os companheiros, que se valorizaram, conquistar o direito a novas carreiras e melhores salários. Foi esse clima de euforia controlada que esteve na base da volta que os leões deram ao resultado. Dominados na parte inicial do encontro e em desvantagem no marcador, tiveram alma e talento para chegar à vitória.

Barato. Contratar Jesus foi o pozinho decisivo no êxito da poção do alquimista de Alvalade. Com a ida à Champions e as vendas de jogadores, já ninguém se lembra dos milhões do salário de um técnico que se pode até considerar barato. Caros são os que auferem menos e não metem dinheiro em casa.

Mestre. No jogo com o FC Porto, encontrámos três bons exemplos dos milagres de Jesus: Bruno César –  que exibição! –, João Pereira e Bruno Paulista. O primeiro errou pelo Mundo e exilou-se no Estoril, o segundo foi corrido do Valência – por Nuno Espírito Santo (!) – e esteve meio ano sem clube, e o brasileiro parecia perdido na equipa B. Pois aí estão eles, de regresso ao alto rendimento, simplesmente porque na sua vida lhes apareceu um mestre.

Contracrónica, Record, 29AGO16