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1. Não sou fã de telenovelas, mas gosto muito de representação e dou sempre particular atenção ao trabalho dos atores. Não perco, por isso, estes primeiros episódios de Sol de inverno, com protagon..." /> Em parágrafos ? 3 - Quinta do Careca - Record

Quinta do Careca

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Em parágrafos ? 3

21 Setembro, 2013 946 visualizações

1. Não sou fã de telenovelas, mas gosto muito de representação e dou sempre particular atenção ao trabalho dos atores. Não perco, por isso, estes primeiros episódios de Sol de inverno, com protagonistas que, à partida, garantem qualidade, como Rita Blanco, que é um caso sério de talento. Vi-a recentemente em A gaiola dourada – um bom filme mas não assim tão bom como alguns o pintaram – num desempenho extraordinário. A atriz é um daqueles exemplos de supercompetência, como feliz ou infelizmente acontece já em tantas outras profissões, que evidencia a cruel pequenez do nosso mercado: modesto em projetos e, como tal, pobre em oportunidades.

2. E já que me refiro à Gaiola, aproveito para sublinhar também a belíssima interpretação de Joaquim de Almeida. Habituado a vê-lo em banais papéis mais ou menos policiais, fiquei surpreendido com o elevado nível da construção da sua personagem, um emigrante português cuja competência profissional lhe dá um certo reconhecimento em Paris. Só foi pena que o caminho seguido na segunda metade do filme, com situações disparatadas, retirasse alguma consistência ao que poderá ser o melhor papel da carreira do ator.

3. Cristiano Ronaldo estendeu até 2018 o contrato que o liga ao Real Madrid, por 15 milhões de euros líquidos por época, acrescidos de um mínimo de 6,5 milhões de contratos publicitários, igualmente por temporada. Há quem se escandalize com tantos milhões, para mais nos tempos de aperto que correm, mas a verdade é que o jogador madeirense é um artista planetário – como Madonna ou Tom Cruise, Mick Jagger ou Rafael Nadal – pago com o dinheiro, não dos impostos dos cidadãos, mas do negócio que a sua própria atividade gera. Se o Real Madrid, que já muito lhe pagava, resolveu subir ainda a fasquia, é porque tem garantido o retorno. Daí não vem mal ao Mundo.

4. Intelectual brilhante, como ministro Poiares Maduro é uma seca. A insistência com que nos entra em casa com o seu ar de expert começa a ser penosa. Mas não devemos criticá-lo com severidade porque a ameaça de retirar o original e avançar com a cópia é real, como se prova pelas últimas intervenções do secretário Rosalino – esse émulo de Vitalino. Tenhamos fé no conselho do prof. Marcelo, na TVI: a de que Maduro e Rosalino se calem até às autárquicas. Não podendo ser para a legislatura, sempre folgavam as costas.

5. Vai linda a campanha eleitoral para as eleições de 29, mais um saco roto de desperdício de recursos. Alguns cartazes espalhados por esse país fora, autênticos horrores, desafiam as mais elementares técnicas de marketing: com olhos tortos ou falta de dentes, boçais de espécies variadas encostam-se aos partidos na esperança de um tacho, por pequenino que seja. Uma tristeza.

6. Os canais generalistas de televisão esfregam as mãos de contentes com as enormes receitas das chamadas ditas de valor acrescentado, que em parte compensam a queda do investimento publicitário. É o fenómeno da raspadinha: quem pior vive, utiliza os parcos recursos para votar em supostos concursos – com guiões previamente definidos pela produção – na mira de ganhar um único prémio, atribuído sabe Deus como. Ele há mistérios… 

Observador, crónica publicada na edição impressa da Sábado de 19 setembro 2013. Tema de Sociedade da semana: nos bastidores da telenovela “Sol de inverno”