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São 24 títulos na carreira, 10 em Inglaterra e dois no Manchester United em poucos meses. José Mourinho viveu ontem mais uma tarde de sucesso, que celebrou à sua maneira: semblante carregado, supos..." /> — ler mais..

São 24 títulos na carreira, 10 em Inglaterra e dois no Manchester United em poucos meses. José Mourinho viveu ontem mais uma tarde de sucesso, que celebrou à sua maneira: semblante carregado, supos..." /> Quinta do Careca - Record

Quinta do Careca

José Mourinho: uma vénia nem só pelos 24

1 Março, 2017 0

São 24 títulos na carreira, 10 em Inglaterra e dois no Manchester United em poucos meses. José Mourinho viveu ontem mais uma tarde de sucesso, que celebrou à sua maneira: semblante carregado, supostamente chateado com alguém ou apenas com o Mundo, hesitante na subida à tribuna, rosto fechado a expressões de alegria. Mou leva-se demasiado a sério e vê talvez o sorriso como uma fraqueza, uma fresta no manto com que tapa os sentimentos mais profundos, que guarda ciosamente para os seus.

O treinador português tem essa personalidade, pelo que a obtenção de mais um êxito – numa época em que tudo começou por correr mal e, todavia, aos dois títulos há já que somar o regresso à luta pelos lugares cimeiros da Premier e a excelente campanha na Liga Europa – não ofusca, nem consegue fazer-nos esquecer a sua bela atitude de solidariedade com Claudio Ranieri, o amigo que o Leicester despediu meses depois de se tornar campeão graças à sua liderança. Nessa tomada pública de posição, Mourinho expôs o que escondeu ontem: a sua dimensão humana. Uma grande vénia por isso.

Saúdo também o mexicano Miguel Layún, que protestou numa rede social – com resultados positivos imediatos – pela estúpida ideia do “criativo” de uma loja de brinquedos do Porto, que ergueu uma barreira a simular o muro que o presidente-clown quer construir. O futebolista que não vê, não ouve e não fala, agoniza. Tempos de esperança.

Canto direto, Record, 27FEV17

Jesus e Mourinho em sofrimento

31 Outubro, 2016 0

José Mourinho passa por dificuldades: o Manchester United é oitavo e está, à 10.ª jornada, a 8 pontos dos líderes da Premier, que são logo três, e a 7 pontos do quarto classificado, correndo sérios riscos de voltar a não se apurar para a Liga dos Campeões. Pior é a vida de Frank de Boer: o Inter – que como o MU gastou mais de 100 milhões de euros em “reforços” – é 11.º no Calcio, a 13 pontos (!) da Juve, e vê também a Europa por um canudo.

Jorge Jesus, sendo melhor técnico do que o holandês mas não superior a Mourinho, não foge aos altos e baixos da vida de um treinador de futebol e encontra-se em situação igualmente complicada: só com um quarto do campeonato decorrido, o Sporting segue a 7 pontos do Benfica, já é quarto, atrás de Porto e Braga, e tem apenas mais 1 ponto que o quinto. Se juntarmos os 4 pontos que separam os leões do Real e do Borussia, na Champions, o quadro completo é negro.

A tarefa de Jesus não é, apesar de tudo, tão complexa como a de Mourinho, e uma conjugação de resultados mais feliz pode fazer regressar a esperança. Na quarta-feira, há que procurar um resultado positivo em Dortmund, cuja equipa não parece tão sólida assim, e no domingo levar de vencida o Arouca, em Alvalade. E se o FC Porto cumprir a obrigação de derrotar o Benfica no Dragão – do que duvido – então o Sporting reduzirá a diferença dos encarnados para 4 pontos e o sol estará de volta. O futebol muda a cada jogo a face das coisas. Basta trabalhar e ter uma ponta de sorte.

Uma palavra final de público apreço para o Fábio Lima, jornalista cá da casa. Ele sabe porquê e “eles” também.

Canto direto, Record, 31OUT16

Eu, adepto atrevido

2 Novembro, 2015 0

A título excecional, escrevi esta crónica na sexta-feira porque estava de partida, rumo ao Santiago Bernabéu, no cumprimento da última romaria do ano. Sim, fui ver o Real Madrid contra o Las Palmas, uma vez que a minha filha e a minha neta exigiam ver golos do Cristiano e, pelo sim, pelo não, talvez os canários fossem os mais lorpas – o leitor verá, nesta segunda-feira, se acertei ou se me cubro de ridículo. É a vida.

Quero com isto dizer que também não sabia se, no sábado, o Jurgen Klopp conseguiria enganar outra vez o José Mourinho ou se seria o Chelsea a levar de vencida o Liverpool para, ao menos, adiar a dolorosa entrega do cheque de 50 milhões. Dolorosa para Abramovich, ora bem.

Aqui chegado, o que pretendo deixar claro é que nunca tendo pertencido à corte jornalística dos aduladores incondicionais de Mourinho, nem dele dependendo para coisa alguma, me repugnam as graçolas e dichotes dos despeitados, que por aí circulam, sobre a desagradável situação profissional de um técnico que não só nada tem já a provar, como dispõe do estatuto de poder perder todos os jogos até final da carreira sem que deixe de ser o que é: um vencedor.

Sendo, na Premier, fã dos blues – a par do MU, é certo – também não me furto à lógica do adepto e aponto erros que Mou terá cometido na gestão do plantel, desde a perda de Cech e da “alma” de Drogba à aposta em Falcão, passando pelas dispensas de Lukaku, De Bruyne e Quadrado ou pela tolerância com Terry, que já não pode com uma gata pelo rabo. Sei que a voz da ignorância é atrevida – mas protesto na mesma.

Canto direto, Record, 2NOV15