O desastre do FC Porto em Munique recentrou de novo a liderança da equipa em Pinto da Costa. [Como se alguma vez tivesse sido de maneira diferente!] Depois de Julen Lopetegui ter ganho créditos tais que o transformaram em candidato a treinar o Real Madrid, na sequência da fantástica vitória da 1.ª mão dos quartos-de-final da Champions, a passagem a ferro empreendida por Josep Guardiola fez retomar o curso das águas no Dragão.

O FC Porto está em posição crítica, arriscando-se a nada ganhar, e sabe-se como agora valem mais as técnicas de motivação de Pinto da Costa, do que as valências técnico-táticas de Lopetegui. O treinador já teve a sua oportunidade, agora deve deixar campo aberto a quem conhece o campo de batalha, porque de “mouros”, “quero ver Lisboa a arder” e outras bandeiras do Condado Portucalense não percebe nada. Mas Pinto da Costa tem, desta vez, um problema inédito: nas veias da audiência não corre o sangue tripeiro; mais de metade dos soldados não conhece a história da mais viva rivalidade do futebol português. Para muitos jogadores trata-se do jogo do título, é verdade, mas poucos interpretam o clássico como o “contra tudo e contra todos”, apesar de Julen Lopetegui ter feito um bom ensaio de regionalismo sofredor na conferência de imprensa pós-Bayern Munique, 6 – FC Porto, 1.

Não está fácil o trabalho de Pinto da Costa.

Mas Luís Filipe Vieira, que continua a aprender, não se deixa iludir e decidiu também entrar em estágio no Seixal. Apesar de pagar principescamente a Jorge Jesus e ter acedido à contratação do motivador profissional, Evandro Brandão, o presidente do Benfica não quer deixar nas mãos de outros aquilo que ele próprio entende ter de fazer: evitar a distração de jogadores que foram convencidos que ganhar o campeonato é que interessava, e que a Champions era só um bombom inacessível.