A 1.ª jornada da Liga dos Campeões não foi boa para as equipas portuguesas. Muitos e variados argumentos já foram apresentados para explicar os maus resultados, mas há questões a precisar de resposta.

No caso do Benfica, é necessário que Rui Vitória esclareça se André Almeida deixou de contar como médio defensivo e apenas entra nas opções como alternativa ao lateral-direito Nélson Semedo. Dar minutos de aprendizagem do que é o futebol europeu a Celis, num jogo da Liga dos Campeões, é quase como pilotar um zero japonês sem licença. Celis terá potencial, mas as suas entradas em jogo são sempre a fazer ruturas e desta vez custaram caro, tipo 500 mil euros.

Rui Vitória lembrar-se-á que ganhou ao Galatasaray em casa, na Champions 2015/16, com uma dupla de médios-centro constituída por André Almeida e… Talisca. Quando era preciso segurar a vantagem, substituir Fejsa por André Almeida não teria sido mais avisado?

Mesmo com o treinador castigado, há opções hierarquizadas que os adjuntos devem seguir: Fejsa acima de Samaris; Samaris acima de André Almeida; André Almeida acima de Celis – que deve começar por ser opção, sim, mas na Taça da Liga.

O caso do Sporting é mais complexo, porque o treinador está permanentemente convencido da bondade das suas decisões, isto é, nunca se engana. Jorge Jesus convenceu-se que o Sporting não teria perdido caso tivesse continuado no banco, então, porque se fez expulsar, gritando com o árbitro quase em cima da linha de meio-campo?

Depois, porque substituiu o melhor jogador em campo (Gelson) por alguém que precisa claramente de treinar mais com a nova equipa do que de jogar imediatamente (Markovic)? E Adrien, não estava com rotação para enfrentar o Real Madrid? Claro que estava. Ao contrário de Elias.

Os treinadores de topo evoluem tanto mais quanto maior for a sua capacidade de se interrogarem acerca das decisões mais críticas. Rui Vitória e Jorge Jesus serão capazes de o fazer? A resposta não tardará.