— ler mais..

Acredita-se facilmente que reclamações ao Provedor de Justiça ou à DECO entrem no domínio do absurdo. Conheci tão bem a inesgotável artilharia de argumentos utilizada por alguns psicopatas em queix..." /> — ler mais..

Acredita-se facilmente que reclamações ao Provedor de Justiça ou à DECO entrem no domínio do absurdo. Conheci tão bem a inesgotável artilharia de argumentos utilizada por alguns psicopatas em queix..." /> No reino do absurdo de Bárbara e Carrilho - Quinta do Careca - Record

Quinta do Careca

Voltar ao blog

No reino do absurdo de Bárbara e Carrilho

1 Novembro, 2013 481 visualizações

Acredita-se facilmente que reclamações ao Provedor de Justiça ou à DECO entrem no domínio do absurdo. Conheci tão bem a inesgotável artilharia de argumentos utilizada por alguns psicopatas em queixas apresentadas à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) – e totalmente destituídas de fundamento ou sequer de lógica – que julgo que já nada me surpreenderá.

Mas, como diz um amigo meu, podem copiar tudo o que eu faço que nunca conseguirão adivinhar a próxima ideia que vou ter. E esta inacreditável e hostil separação de Bárbara Guimarães e de Manuel Maria Carrilho não só me surpreende como constitui uma novela que não sou capaz de compreender.

Não entendo, desde logo, como podem figuras públicas, para mais um intelectual e uma pessoa com pretensões intelectuais, e cuja vida em boa parte depende da imagem que delas fazemos, expor assim a sua intimidade.

Se Bárbara está psicologicamente em baixo, se tem problemas com a bebida, como revela o marido, se foi maltratada ou, simplesmente, se quis pôr um ponto final na relação e escolheu a saída da confrontação – e o se é tudo nestas coisas – concluiremos que o seu comportamento está em linha com o que sabemos dos divórcios de tantos casais desavindos.

Mais difícil de perceber é a postura de Manuel Maria Carrilho, a sua exposição mediática voluntária, as entrevistas que tem dado, num protagonismo suicida para um eventual futuro político, e em especial o absurdo, ei-lo aqui, da sua tentativa de entrar, a bem ou pela força – e com serralharia e segurança privada atrás, a fazer fé na matéria publicada – no que penso ser a morada da família e com o pretexto de ver os filhos… de madrugada.

Não menos absurda é a divulgação a que se prestou de pormenores picarescos, como o suposto convite feito a Bárbara para administradora (?) da Impresa, as tentativas de violação do padrasto, a fraqueza psíquica da mãe ou as caixas de seis garrafas de vinho das visitas do pai, que ambos beberiam na cozinha – esse bunker de todos os dramas familiares, uma vez que seria à porta da cozinha trancada que bateria uma criança com fome, enquanto Bárbara beberricava com amigas, e seria ainda a cozinha, embora outra, que ela deixaria ensanguentada depois de se ter cortado numa sebe.

Como se não bastasse, a comunicação social dita popular perdeu a exclusividade da operação e viu-se pressionada pelo autodenominado jornalismo de referência, que abandonou a sua virginal pureza e chafurdou na trama, ajudando a baixá-la ao nível escabroso da Casa dos Segredos. Se não estamos no reino do absurdo, digam-me por favor o que se deve chamar a isto.  

Observador, crónica publicada na edição impressa da Sábado de 31 outubro 2013