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1. Poder viver a vida até ao fim só não é perfeito porque a morte, um dia, estraga tudo. E manter a atividade física independentemente da idade é, de facto, magnífico. Só que o corpinho tem um prob..." /> — ler mais..

1. Poder viver a vida até ao fim só não é perfeito porque a morte, um dia, estraga tudo. E manter a atividade física independentemente da idade é, de facto, magnífico. Só que o corpinho tem um prob..." /> Em parágrafos – 4 - Quinta do Careca - Record

Quinta do Careca

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Em parágrafos – 4

25 Outubro, 2013 945 visualizações

1. Poder viver a vida até ao fim só não é perfeito porque a morte, um dia, estraga tudo. E manter a atividade física independentemente da idade é, de facto, magnífico. Só que o corpinho tem um problema: não é de ferro. Atingida a plenitude – e como diz um amigo meu – entra em fase de desconstrução, mais lenta ou mais acelerada, mais tolerante ou mais cruel, mas sempre inevitável. Comecei a praticar desporto cedo e a jogar futebol ainda nos tempos da bola de trapos, no meio da rua, algo que falta hoje aos copinhos de leite em que transformaram os nossos jovens futebolistas. Terminei a carreira aos 55 anos, após um jogo em que vi, em lance banal, outro superveterano de guerra partir um pezinho como se fosse de gesso. Acreditem na eternidade, exagerem na brincadeira, confiem na sorte e depois queixem-se.

2. O Mal voltou. E com ele regressaram as histórias, os casos, as efemérides, a animação televisiva ao jantar dos portugueses. Esta semana, José Sócrates lançou um livro, acantonou de novo as tropas e promete mais do que andar por aí. Assisto às suas renovadas picardias com Santana Lopes e recordo que a SÁBADO nasceu, vai para 10 anos, com os dois como colunistas. Uma década decorrida, aí estão eles. Como diz outro amigo meu: goste-se ou não, eles fazem parte do nosso tempo e das nossas vidas. Ah, pois é.

3. A propósito de livros, uma palavra para Porto – viagem ao passado, obra com a assinatura de Germano Silva, historiador da Invicta e jornalista admirável, de cujos textos se disfruta com prazer. Referência merecida também para Ínclita geração, de Isabel Stiwell, um romance histórico que tem outra Isabel, a de Borgonha, como protagonista, e na prosa limpa e viciante a marca da autora. E termino a ronda na livraria com A noite em que te vinguei, de Luís Norton de Matos, ex-internacional de futebol, treinador e comentador, igualmente jornalista, que se lança agora na ficção, evidenciando um surpreendente ritmo de narrativa que torna a leitura apaixonante. Chapeau! – a dividir por três.

4. Maria Luís Albuquerque deu entrevistas, fez prova de vida política e reforçou a ideia de que quanto maior a conversa menor o acerto. Após meses a tentar convencer-nos da bondade da convergência de pensões e salários do Estado com os privados, o Governo, através da ministra das Finanças, acabou de matar a tese, prometendo que logo que possível tudo será reposto. Portanto, ou se volta a divergir, no que não se crê, ou Dona Maria fala do que não sabe.

5. A ponte de Criz, na foz do Dão, tem a recuperação parada e os operários, desviados para outra obra em Espanha, avisaram familiares e amigos para não a atravessarem porque o colapso está por um fio. Que país de anedota, este.

Observador, crónica publicada na edição impressa da Sábado de 24 outubro 2013. Tema de Sociedade da semana: os seniores e o desporto