Quinta do Careca

Bom Ano!

31 Dezembro, 2012 0

Post n.º 408 e último de 2012 para desejar a todos os que fazem o favor de aqui vir para ler as minhas trivialidades, um 2013 melhor do que todos esperamos.

Como coletivamente não escaparemos às dificuldades, resta-nos esperar alguma coisa de positivo a nível individual.

Por isso… sorte e feliz 2013 para todos!

Antena paranóica: António Fagundes é sublime em “Gabriela”

Vi a primeira versão de “Gabriela”, em 1975, de princípio a fim. Estávamos no tempo em que o país ainda parava por alguma coisa e papéis como os de Nacib, Maria Machadão, Tonico Bastos, coronel Melke ou Mundinho, interpretados por actores geniais – e permito-me distinguir, entre todos, o lendário Paulo Gracindo na pele do coronel Ramiro Bastos –, deixaram-nos uma marca para a vida.

Mas não vale a pena voltar ao passado porque esta “Gabriela” nada deve à anterior. Ary Fontoura e José Wilker são repetentes de luxo, naturalmente em personagens diferentes, e mesmo tendo perdido agora interpretações únicas – casos de Nívea Maria, como Jerusa, Elisabete Savalla, como Malvina, e em especial Sónia Braga, insuperável como Gabriela – esta versão honra os pergaminhos da Globo em matéria de novelas.

E a reunião de há dias em casa de Ramiro Bastos, a pedido de um Nacib obcecado com o “quero ser corno não”, atingiu um nível sublime, com António Fagundes a dar aula no pátio dos deuses. Quem gosta da arte de representar não pode deixar de ver “Gabriela”.

Antena paranóica, publicado na edição impressa de Record de 29 dezembro 2012

Jesualdo que avance de vez

30 Dezembro, 2012 0

Não se trata já de acreditar ou não na capacidade de Godinho Lopes para dar a volta à situação a que chegou o Sporting. Trata-se, pura e simplesmente, de salvar uma das maiores e mais prestigiadas instituições do País.

Mas partindo do princípio que o presidente não renunciará ao cargo e que mesmo indo o clube para eleições seria bem possível que a crise persistisse e que quase tudo ficasse na mesma, é preciso não perder mais tempo e começar a disparar com os dois canhões que restam no dizimado fortim de Alvalade: o próprio Godinho Lopes e Jesualdo Ferreira.

Não me parece que dos primeiros dias de trabalho do novo “manager” tenham saído as medidas de que os leões necessitam. É verdade que Elias e Izmailov estão (estarão?) fora do baralho, que os capitães passaram do absurdo número de cinco para apenas dois, que os jogadores têm de se afastar desse brutal perigo que é o Facebook, peregrina coisa, e que Vercauteren já tem com quem falar de futebol.

Mas não é menos verdade que não se atacou o que mais interessa agora, tendo em conta que são os resultados do futebol que trazem a bonança ou agravam a tempestade: os males da equipa.

E nessa área o que se vê são hesitações, com o treinador a fazer experiências em todas as partidas, sem conseguir afastar as suas dúvidas e sem apostar num onze. Jogadores internacionais ficam de fora e promessas do Sporting B são chamadas, de forma por vezes incompreensível, a responsabilidades para as quais não foram preparadas. Alvalade é uma máquina de testes.

Vercauteren é um “gentleman”, um conhecedor dos segredos do jogo e podia perfeitamente treinar o Sporting numa situação normal. Acontece que caiu no olho de um vulcão em grande atividade e o que se lhe pede é o impossível: que trave a lava com as mãos.

Compreendo que seja desconfortável para Jesualdo mas, se é ele quem manda, é ele quem pode motivar os jogadores – a tarefa prioritária. E quem paga a três, paga a quatro: é libertar o belga do pesadelo e pôr já Jesualdo a tratar daquilo a que veio.

Minuto 0, publicado na edição impressa de Record de 30 dezembro 2012

Não se trata já de acreditar ou não na capacidade de Godinho Lopes para dar a volta à situação a que chegou o Sporting. Trata-se, pura e simplesmente, de salvar uma das maiores e mais prestigiadas instituições do País.
Mas partindo do princípio que o presidente não renunciará ao cargo e que mesmo indo o clube para eleições seria bem possível que a crise persistisse e que quase tudo ficasse na mesma, é preciso não perder mais tempo e começar a disparar com os dois canhões que restam no dizimado fortim de Alvalade: o próprio Godinho Lopes e Jesualdo Ferreira.
N ão me parece que dos primeiros dias de trabalho do novo “manager” tenham saído as medidas de que os leões necessitam. É verdade que Elias e Izmailov estão (estarão?) fora do baralho, que os capitães passaram do absurdo número de cinco para apenas dois, que os jogadores têm de se afastar desse brutal perigo que é o Facebook, peregrina coisa, e que Vercauteren já tem com quem falar de futebol. Mas não é menos verdade que não se atacou o que mais interessa agora, tendo em conta que são os resultados do futebol que trazem a bonança ou agravam a tempestade: os males da equipa.
Enessa área o que se vê são hesitações, com o treinador a fazer experiências em todas as partidas, sem conseguir afastar dúvidas e sem apostar num onze. Jogadores internacionais ficam de fora e promessas do Sporting B são chamadas, de forma por vezes incompreensível, a responsabilidades para as quais não foram preparadas. Alvalade é uma máquina de testes.
Vercauteren é um “gentleman”, um conhecedor dos segredos do jogo e podia perfeitamente treinar o Sporting numa situação normal. Acontece que caiu no olho de um vulcão em grande atividade e o que se lhe pede é o impossível: que trave a lava com as mãos.
Compreendo que seja desconfortável para Jesualdo mas, se é ele quem manda, é ele quem pode motivar os jogadores – a tarefa prioritária. E quem paga a três, paga a quatro: é libertar o belga do pesadelo e pôr já Jesualdo a tratar daquilo a que veio.