Pinto da Costa só se sentiu verdadeiramente tão incomodado com um adversário, como o está a sentir-se agora, com Bruno de Carvalho, quando era presidente do Benfica Vale e Azevedo.
O presidente do FC Porto tem medo de adversários com verbo fácil, capazes de encadear alguns slogans orelhudos, daqueles que os adeptos gostam.
“Pinto da Costa é um rufia” – disse o presidente do Sporting. Haverá frase mais percetível?
“Pinto da Costa encarna o clima de suspeição” – assumiu Vale e Azevedo. Tratava-se de uma asserção mais elaborada, mas não lhe faltava clareza.
E o que faz o líder portista quando começa a ver-se acossado? Pois, procura uma aliança. Tanto lhe serve que seja com o Sporting ou o Benfica. Desta vez é com o Benfica.
Depois das profundas diferenças que Luís Filipe Vieira sublinhou existirem entre ele e Pinto da Costa, é estranhíssimo esta aproximação. Ou não.
Sabendo-se o que esta Liga apadrinhada por Joaquim Oliveira – apesar da posição de princípio enunciada por Luís Duque quanto à centralização – quer fazer com os direitos televisivos e até possa ir em contramão aos interesses da BTV, parece que o presidente do Benfica nada sabe da história do futebol português.
Bruno de Carvalho conseguiu juntar Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira, mas não deve orgulhar-se disso, porque é muito provável que o Sporting venha a sentir em breve os efeitos da “força”. Luís Filipe Vieira sentiu-se patrão do futebol português e quis participar numa solução salvadora da Liga, com isso aconchegando Pinto da Costa.
Como isto tudo vai acabar já toda a gente sabe. Menos Luís Filipe Vieira.