Seria compreensível, à luz de valores antigos, que os apertões dados a Tozé, no túnel do António Coimbra da Mota, tivessem por protagonistas guardas e outras “famiglias”. Entender-se-ia que quem apela ao profissionalismo do “grupo de trabalho” exigisse falsidade e batota ao “outro”, se da cultura desportiva tivesse um entendimento próximo do “vale tudo menos tirar os olhos.”  

Mas não, os atores não eram esses. Tratando-se de um antigo futebolista que jogou em Itália e França, na Covilhã e na Póvoa do Varzim; de um médico, ex-internacional de voleibol por Portugal, um universalista que tem por obrigação profissional estender os seus cuidados a toda a gente, de todas as cores, é grande, enorme, a admiração.

É por isso que a risota é geral, quando as reclamações da verdade desportiva têm que ver com os foras de jogo mal assinalados. Faça-se a contabilização dos futebolistas emprestados que não defrontaram a casa-mãe por causa de mialgias, contracturas, diarreias, indisposições ou varizes nos intestinos. E depois façam-se as contas. Ao pé dessa mentira desportiva, a verdade dos árbitros é uma brincadeira que os grandes utilizam para mascarar as suas incompetências.

E Tozé nem sequer tem o estatuto de emprestado: 50 por cento do passe foram pagos pelo Estoril ao FC Porto. E bem pagos.