A FIFA decretou o fim da partilha de passes de futebolistas com terceiros para o dia 1 de maio, o que na prática põe termo à existência dos famosos fundos de investimento.
Em Portugal, Bruno de Carvalho é o maior opositor conhecido ao financiamento de transferências através de fundos de investimento, debaixo da pressão de um processo que lhe foi posto pela Doyen Sports, proprietária de parte do passe de Marcos Rojo, vendido pelo Sporting ao Manchester United.
Em posição inversa estão Pinto da Costa e Jorge Mendes. O presidente do FC Porto teme não voltar a repetir um negócio como o de Mangala (parte do passe também é da Doyen), gerador de mais-valias troposféricas na saída para o Manchester City, nem poder formar equipas competitivas por ausência de financiamento. O dono da Gestifute, que já declarou a ilegalidade da proibição dos fundos, está compreensivelmente preocupado com a diminuição do poder negocial dos seus clientes. Pudera…
Ao Benfica não se conhece uma posição firme sobre a matéria, sabendo-se, no entanto, que tem feito um esforço considerável para recuperar os passes de jogadores que estavam ligados ao seu próprio fundo (embora continue a ter no plantel o holandês Ola John, cujo passe também pertence em parte à Doyen); e a Liga, timidamente, está contra a FIFA e a sua proibição.
No dia 29 de maio, a FIFA poderá ter um novo presidente, português ou não, logo se verá, e a possibilidade de revogar a proibição dos fundos voltará à agenda. Mas mesmo que Blatter volte a ser reeleito, alguém acredita que com o nome de “fundos” ou outra designação qualquer não continuará a haver financiamento por terceiros no futebol profissional?
E esse é que é o ponto: a tese de que a proibição estimula a imaginação fraudulenta ganha adeptos e o que antes era considerado mau pode vir a tornar-se terrivelmente catastrófico para o futebol.