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O desastre do FC Porto em Munique recentrou de novo a liderança da equipa em Pinto da Costa. [Como se alguma vez tivesse sido de maneira diferente!] Depois de Julen Lopetegui ter ganho créditos tai..." /> Semanada - Record
24 Abril, 2015

Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira em estágio

O desastre do FC Porto em Munique recentrou de novo a liderança da equipa em Pinto da Costa. [Como se alguma vez tivesse sido de maneira diferente!] Depois de Julen Lopetegui ter ganho créditos tais que o transformaram em candidato a treinar o Real Madrid, na sequência da fantástica vitória da 1.ª mão dos quartos-de-final da Champions, a passagem a ferro empreendida por Josep Guardiola fez retomar o curso das águas no Dragão.

O FC Porto está em posição crítica, arriscando-se a nada ganhar, e sabe-se como agora valem mais as técnicas de motivação de Pinto da Costa, do que as valências técnico-táticas de Lopetegui. O treinador já teve a sua oportunidade, agora deve deixar campo aberto a quem conhece o campo de batalha, porque de “mouros”, “quero ver Lisboa a arder” e outras bandeiras do Condado Portucalense não percebe nada. Mas Pinto da Costa tem, desta vez, um problema inédito: nas veias da audiência não corre o sangue tripeiro; mais de metade dos soldados não conhece a história da mais viva rivalidade do futebol português. Para muitos jogadores trata-se do jogo do título, é verdade, mas poucos interpretam o clássico como o “contra tudo e contra todos”, apesar de Julen Lopetegui ter feito um bom ensaio de regionalismo sofredor na conferência de imprensa pós-Bayern Munique, 6 – FC Porto, 1.

Não está fácil o trabalho de Pinto da Costa.

Mas Luís Filipe Vieira, que continua a aprender, não se deixa iludir e decidiu também entrar em estágio no Seixal. Apesar de pagar principescamente a Jorge Jesus e ter acedido à contratação do motivador profissional, Evandro Brandão, o presidente do Benfica não quer deixar nas mãos de outros aquilo que ele próprio entende ter de fazer: evitar a distração de jogadores que foram convencidos que ganhar o campeonato é que interessava, e que a Champions era só um bombom inacessível.

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7 Abril, 2015

Alguém acredita que os fundos vão acabar? (2)

A FIFA decretou o fim da partilha de passes de futebolistas com terceiros para o dia 1 de maio, o que na prática põe termo à existência dos famosos fundos de investimento.

Em Portugal, Bruno de Carvalho é o maior opositor conhecido ao financiamento de transferências através de fundos de investimento, debaixo da pressão de um processo que lhe foi posto pela Doyen Sports, proprietária de parte do passe de Marcos Rojo, vendido pelo Sporting ao Manchester United.

Em posição inversa estão Pinto da Costa e Jorge Mendes. O presidente do FC Porto teme não voltar a repetir um negócio como o de Mangala (parte do passe também é da Doyen), gerador de mais-valias troposféricas na saída para o Manchester City, nem poder formar equipas competitivas por ausência de financiamento. O dono da Gestifute, que já declarou a ilegalidade da proibição dos fundos, está compreensivelmente preocupado com a diminuição do poder negocial dos seus clientes. Pudera…

Ao Benfica não se conhece uma posição firme sobre a matéria, sabendo-se, no entanto, que tem feito um esforço considerável para recuperar os passes de jogadores que estavam ligados ao seu próprio fundo (embora continue a ter no plantel o holandês Ola John, cujo passe também pertence em parte à Doyen); e a Liga, timidamente, está contra a FIFA e a sua proibição.

No dia 29 de maio, a FIFA poderá ter um novo presidente, português ou não, logo se verá, e a possibilidade de revogar a proibição dos fundos voltará à agenda. Mas mesmo que Blatter volte a ser reeleito, alguém acredita que com o nome de “fundos” ou outra designação qualquer não continuará a haver financiamento por terceiros no futebol profissional?

E esse é que é o ponto: a tese de que a proibição estimula a imaginação fraudulenta ganha adeptos e o que antes era considerado mau pode vir a tornar-se terrivelmente catastrófico para o futebol.

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