A questão da propriedade do passe dos jogadores por uma terceira parte foi das mais discutidas no ciclo de conferências “The Future of Football”, organizado pelo Sporting.

Que não, não pode ser, porque essa terceira parte, abrigada na formulação jurídico-económica de “fundo de investimento”, desconhecida, tem interesses ocultos que põem em causa a integridade do jogo.

Que sim, tem de ser, porque só com o apoio de fundos os clubes menos dotados do ponto de vista financeiro têm acesso a futebolistas de maior qualidade para assim poderem construir equipas mais competitivas.

São duas teses que, apesar de antagónicas, deviam ser tidas em consideração pela FIFA, que, cegamente, cortou a direito e só atendeu à argumentação dos que temem pela integridade do futebol.

Jonny Nye, da SRG Capital, consultora que trabalha na área do negócio futebolístico, deixou em “The Future of Football” uma visão sensata sobre como se deve lidar com os fundos: “Não os proíbam, legislem.” Isto é, não convidem os participantes nos fundos a trabalhar em zonas ainda mais escuras do negócio, aí sim colocando definitivamente o jogo em causa. Porque, alguém acredita que os fundos deixarão de existir só porque a FIFA os proibiu?

Na verdade, criar um quadro legislativo, de modo a propiciar a sua regulação, é o caminho mais acertado.