E Bernardo Silva?
Quando Fernando Santos foi escolhido para selecionador nacional, alguns doutos opinadores embandeiraram em arco: ele era o homem indicado para o que diziam ir ser “a renovação da Seleção”.
O certo é que só fomos campeões da Europa graças à inteligência do engenheiro, à sua prudência e ponderação, e ao acerto das suas escolhas, convocando jogadores jovens mas constituindo a base da equipa com futebolistas maduros, que deram aos mais novos o enquadramento indispensável. Sem Pepe, Ricardo Carvalho, José Fonte, Bruno Alves, Moutinho ou Quaresma, e sempre Cristiano – que é uma mistura virtuosa de juventude e veterania – o resultado da nossa participação no Europeu teria sido outro e provavelmente pior.
Mas seria um erro que o selecionador caísse agora no radicalismo oposto e acreditasse que aos campeões europeus é devida alguma preferência, como se poderia deduzir da constituição da turma titular do jogo com a Hungria. É que se a ausência do onze, e mesmo a não utilização de Renato Sanches ou Gelson Martins se pode aceitar, já o facto de Bernardo Silva – que está numa forma superlativa – ter ficado no banco até perto do final da partida é, no mínimo, incompreensível.
Esperemos que o desafio a feijões com a Suécia permita ver um pouco mais dos artistas do futuro da Seleção. Ou o fantástico trabalho de Rui Jorge, nos Sub-21, acabará emperrado nas ordens de mérito, de lugares cativos e de direitos adquiridos.
Canto direto, Record, 27MAR17