Fábio Coentrão e Record: dupla chapelada
Talvez porque a marca de ourela das Caxinas não seja tão forte e tão carregada de “finesse” como as das avenidas das grandes cidades, talvez por que as relações públicas não constituam propriamente a sua especialidade, Fábio Coentrão fica por norma de fora das odes com que se adulam tantos ídolos com pés de barro, gente de escassas virtudes mas de abundantes vaidades.
Vê-se, aliás, o que é dito em entrevistas ou mesmo quando terminam as partidas, em que as vitórias são sempre consequência dos excelsos méritos dos vencedores e as derrotas jamais fabricam derrotados: a culpa é do árbitro, do excesso de jogos, da relva, da chuva ou do azar, nunca é deles.
Ao assumir, no final da partida de Alvalade, não só a responsabilidade pelo penálti de que resultou o empate, como a necessidade de ter de melhorar a sua atual capacidade para merecer continuar a jogar no Real Madrid, Fábio Coentrão fez prova de uma grandeza de caráter que não está ao alcance de muitos peitos cheios de vento que por aí desfilam e demonstrou ser uma pessoa especial, a quem só se pode desejar toda a sorte do Mundo.
Na passagem do 67.º aniversário do Record, assinalado com uma edição que honrou a imprensa portuguesa, gostaria de recordar os fundadores do jornal, os pioneiros que desbravaram o difícil caminho que permitiu que outros pudessem chegar um dia à liderança da imprensa desportiva, hoje esmagadora sob o comando do António Magalhães e da sua equipa. Chapeau!
Canto direto, Record, 28NOV16