Jesus em busca da defesa perdida
Marco Ferreira confirmou, aqui no Record, o que todos vimos menos o árbitro: Soares a enganar Schelotto antes de cabecear para o 3-3, em Guimarães. E escrevo enganar, e não empurrar, desde logo por se ter tratado de um daqueles empurrões que os jogadores dão uns aos outros, dentro da área, para ganharem posição. E depois porque em vez de se tentar reposicionar – a bola ainda vinha longe… – o defesa argentino se preocupou, sim, mas com Marega, puxando-lhe a camisola, como a excelente foto de abertura da nossa edição de ontem documenta com clareza.
Deixemos então o árbitro, que errou para os dois lados – também perdoou um penálti aos leões, por derrube de Rúben Semedo a Marega, sempre ele – para pormos o acento nos 10 golos que o Sporting sofreu frente a Real Madrid (2), Rio Ave (3), Estoril (2) e V. Guimarães (3), sete dos quais dentro dos últimos 15 ou 20 minutos e cinco sobre o cair do pano.
Não vale a pena, igualmente, sublinhar as ausências de Adrien por altura da maioria desses golos e a fragilidade do meio-campo leonino quando isso acontece. Sem ele, e já sem João Mário, o que fará Jorge Jesus quando William tiver que parar? É que gente à mesma altura não tem. Mas antes, o treinador terá de repor na sua defesa – depois de tanto lhe ter custado acertar na dupla de centrais – a segurança perdida com esta estranha rotação de laterais. Marvin é vulgar e Schelotto, sendo melhor, ontem não se deixou embrulhar apenas no golo do empate. Todos recordamos aquela perna esticada em vão, que libertou o corredor a Hernâni, na jogada que terminaria no primeiro dos vimaranenses… Meu rico João Pereira.
Canto direto, Record, 3OUT16