Na Luz como em Camp Nou: aconteceu
Sabe-se que no futebol a realidade é questão de um simples momento. No seguinte, tudo pode ter mudado e isso é o que faz a glória e a popularidade do jogo. Veja-se o último Benfica-Sp. Braga. Aos 11 minutos, os visitantes podiam estar a ganhar por 2-0, mas o poste e a deficiente execução de Rafa – quem diria? – alteraram o curso da história. O Benfica, que não conseguiu até aos 17 minutos construir uma jogada digna desse nome, marcou o primeiro golo na sequência de um mau passe de Mauro, seguido de uma “assistência” do mesmo jogador a Mitroglou, e apontou o segundo na marcação de um penálti resultante de uma bola desviada infantilmente pela mão de um defesa arsenalista. Com esse vento que virou, que não matou mas moeu, os encarnados foram crescendo até ao esmagamento total e o bom início de partida do Sp. Braga de nada serviu.
O destino voltou a escrever direito por linhas tortas no clássico de Camp Nou. Após seis temporadas em que ele conquistou tudo, os adeptos do Real, como ganharam pouquíssimo, fazem de Cristiano Ronaldo o culpado, sem perceberem o que vão perder. Num inquérito da “Marca”, o madeirense não entrou no onze ideal de merengues e blaugranas, nas redes sociais os insultos sucedem-se e até Deco veio dizer que CR7 não teria lugar na equipa do Barça. Insiste-se que não marca golos como dantes, apesar de liderar as tabelas, tanto na Liga como na Champions, de levar já 42 pelo Real (mesmo sem Taça do Rei) e de prometer ultrapassar – pela sexta época seguida! – a barreira dos 50 golos. E no sábado, viu-se como foi: Messi e companhia favoritíssimos e Cristiano a matar o jogo sobre o fecho. O futebol é assim: o que não se espera, simplesmente acontece.
Canto direto, Record, 4ABR16