FC Porto abana
Nuno Espírito Santo afirmou que o Sp. Braga na segunda parte não existiu. Mas existiu demasiado na primeira e se não fosse o poste a substituir Casillas no penálti – que resultaria no 2-0, ao intervalo – teríamos de volta o FC Porto em crise do início da época ou o seu fantasma, que nunca deixou de pairar por aí. Nuno acrescentou que o campeonato não acabou e que os 3 pontos de avanço do Benfica podem ser anulados com uma derrota do líder e – ele não o disse mas pensou – isso poderá acontecer já no sábado, em Alvalade.
Se a teoria está certa quanto à possível igualdade pontual, desde que os portistas vençam igualmente o Feirense, é menos tranquilizadora quanto à vantagem do FC Porto, que tem o melhor ataque e a melhor defesa da liga, e logo a maior diferença de golos. Porque a margem é pequena e pode vir a ser anulada pelo Benfica, que terá só dois desafios fora de casa, contra três do rival, nas últimas quatro partidas do campeonato. Mesmo que o Sporting ganhe o dérbi, não bastará ao FC Porto triunfar nos cinco jogos que lhe faltam, essa é que é a verdade.
E assim perde também a equipa a segurança, a disciplina e a frieza que a distinguiam nos bons velhos tempos e que Nuno parecia ter conseguido recuperar. Mas a provocação de Óliver ao árbitro após o penálti – que deveria ter-lhe valido o segundo amarelo e a expulsão (Hugo Miguel já lhe perdoara um primeiro amarelo pela mão na bola) – e as cenas da simulação de Soares e do vermelho a Brahimi, quase no final, mostram como tudo ainda abana.
Canto direto, Record, 17ABR17