O problema dos centrais
O modo como Fábio Espinho surgiu ontem nas costas de Chidozie e o ultrapassou, para fazer o 0-2 no Dragão, confirma o que se percebia, pese todo o potencial do jovem nigeriano: ainda não está pronto para ser titular da primeira equipa do FC Porto. Já a forma como Rafael Amorim, batido em velocidade, provocou, no Restelo, a falta que o levou à expulsão e deu, de livre direto, o segundo golo ao Arouca, prova o que todos desconfiavam: nunca estará em condições de integrar um onze da liga principal.
Como as equipas se constroem a partir da solidez das defesas, custa a entender o pouco cuidado dos grandes emblemas com o eixo do seu setor mais recuado. Refiro-me a Portugal, mas não esqueço o Real Madrid, que não dispõe de um quarto central ao nível de Pepe, Ramos e Varane, uma limitação que se verifica igualmente no rival Barcelona. Por cá, Vítor Baía manifestava na nossa última edição, e neste mesmo espaço, a sua estranheza pela debilidade do FC Porto em matéria de centrais, lembrando o desinteresse por Reyes, emprestado pelos portistas à Real Sociedad. O mexicano, de 23 anos, é titular da sua seleção, enquanto Marcano e o ora despachado Maicon não jogam em seleção alguma.
O Benfica vive drama semelhante. Luisão terminou a época, Lindelof precisa de tempo, Jardel reza para não lhe aparecerem “réplicas” de Aboubakar, Lisandro – que esteve para ser cedido… – recupera de lesão. Só Jorge Jesus não vai em conversas: tinha Oliveira, Naldo, Ewerton e Tobias, reclamou Semedo e pediu Coates. É verdade que nenhum deles é um grande central, mas servem bem todos. E melhor ainda: já são seis!
Canto direto, Record, 22FEV16