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Deve ter nascido do vinho a peregrina ideia de tentar substituir as direcções editoriais por tutelas de aprovação prévia do acompanhamento jornalístico dos futuros actos eleitorais. Felizmente que ..." /> Quinta do Careca - Record

Quinta do Careca

Visto prévio na comunicação social: uma ideia saída dos vapores do éter

30 Abril, 2015 0

Deve ter nascido do vinho a peregrina ideia de tentar substituir as direcções editoriais por tutelas de aprovação prévia do acompanhamento jornalístico dos futuros actos eleitorais.

Felizmente que filhos e netos dos gargantas fundas que fizeram, no passado, o êxito de jornais como o Tal&Qual ou O Independente, herdaram os talentos do serviço público e as misérias da delação, pelo que hoje ninguém consegue ter tosse sem que vizinhos e primas conheçam a marca do xarope.

A golpada de São Bento…

Texto em www.alexandrepais.pt

Do trauma superado pelo FC Porto ao exílio de Fabiano

27 Abril, 2015 0

Exilados. Interrompi uma tarde perfeita por causa do clássico. Via o superfechado Arsenal-Chelsea e ouvia o sempre excelente Luís Norton de Matos, enquanto mergulhava na leitura de “Os exilados não esquecem nada mas falam pouco”, um notável ensaio de Manuel Pedroso Marques, que o autor define como “uma reflexão esboçada sobre memórias vividas, lidas, testemunhadas”. Uma obra densa, profunda e rigorosa, dedicada aos que tiveram de abandonar a terra que os viu nascer, e editada numa altura em que, à frente da ilha italiana de Lampedusa, a União Europeia forra com mais toneladas de euros um novo muro da vergonha: o que nos protege de uma multidão crescente de “desperados”, que nos propomos alimentar e vestir antes de os devolvermos, pela força, aos campos da morte onde os exterminadores aguardam a sua volta.

Cheiros. Mudar para a Luz implicava trocar o “chip” e aceitar a pena de ouvir, no outro canal da Benfica TV, o tal comentador muito experiente no “cheiro dos balneários”, como o próprio se reclama, mas pouco à vontade com os aromas da isenção e da gramática. É a vida.

Expatriados. Por falar em “exilados”, Benfica e FC Porto entraram em campo com 19 estrangeiros, 12 brasileiros. São exilados de luxo, é certo, vieram atrás do dinheiro, mas nem por isso fogem ao conceito de Bertolt Brecht, que o coronel Pedroso Marques cita no seu trabalho: “Sempre achei falso o nome que nos davam: emigrantes. A palavra quer dizer expatriados; mas nós não partimos por nossa vontade, para livremente escolher outra terra. (..) E o país que nos recebe não será um lar; é o exílio”.

Dúvida. O início da partida esclareceu a dúvida maior que se colocava: teria o FC Porto ultrapassado os efeitos negativos, físicos e psicológicos, da goleada de Munique? A verdade é que os portistas sacudiram o trauma e atuaram ao nível do Benfica. E se o embate do Emirates se rodeava de cautelas hiperdefensivas e iria acabar com o mesmo resultado (0-0) – Wenger tornou a não conseguir vencer Mourinho e vão 13 jogos! – águias e dragões confrontaram-se nos 50 metros que separam os meios dos respetivos meios-campos. Um exagero de caldos de galinha que prejudicou o que tinha de ganhar, o FC Porto, e uma frustração patente, no final, quando um abraço e umas festinhas na cabeça, que pareciam encerrar para já a guerra de palavras entre Jesus e Lopetegui, ia acabando à pancada, com o “expatriado” nada condicionado por não estar no Porto e muito menos no País Basco. “Foi da adrenalina!”, explicou o nosso, o Jorge. Claro, podia lá ser de outra coisa.

Conselho. Para Lopetegui, o único culpado a punir pela derrocada no Allianz Arena foi Fabiano, ontem substituído por Helton que, vendo bem, tem uma classe superior ao esforçado ex-titular. Ao brasileiro destituído, o Dragão deve agora parecer não um lar, mas o exílio a que se referia Brecht. Dou-lhe um conselho: ponha os olhos em Júlio César, que levou sete da Alemanha no último Mundial e dá hoje uma segurança tremenda à baliza do Benfica. É: a vida dá muita volta.

Contracrónica, Record, 27ABR15

A coragem de Cuca Roseta

26 Abril, 2015 0

Ao contrário do que os saudosistas apregoam, temos hoje fadistas de qualidade. O que me dá ideia, a mim que gosto de fado, é que alguns desses intérpretes, ainda jovens, “encalharam” numa espécie de limbo artístico…

Texto em www.alexandrepais.pt

As fotos que irritaram a tropa

23 Abril, 2015 0

Tropa1

A imprensa da época deu conta do caso Élan como se a dignidade da Nação estivesse em risco…

Em Agosto de 1988, a capa de uma revista chocou as sensibilidades castrenses da Nação: um modelo feminino sem roupa surgia, desfardadoe com material de guerra verdadeiro, à porta de unidades militares de Sintra, Beirolas e Lisboa.Expresso, Tal&Qual e O Diabo, entre outros, deram conta daindignação de altas esferas da tropa e a Élan, a publicação em causa, recebeu telefonemas anónimos ameaçadores, que prometiam até o recurso à bomba (!).

O fotógrafo Rui Castro e o modelo Cristina Freire, de 21 anos…

Texto em www.alexandrepais.pt

A grande oportunidade dos mal amados do Real Madrid

22 Abril, 2015 0

Sem poder contar com Marcelo, Modric, Bale e Benzema, o Real Madrid dá hoje aquela que pode ser a última oportunidade a três contratações que resultaram em três mal-amados do madridismo: Fábio Coentrão, Illarramendi (que não jogará de início) e Chicharito Hernández.

Se Benzema e Bale se apresentam, nesta fase final mas decisiva da época, fisicamente arrasados, foi porque o Real, Ancelotti ou ambos não quiseram dotar o plantel de substitutos de nível idêntico. Lembram-se de Higuaín? Lembram-se de Callejón? Ambos corridos à velocidade do melhor “portero” que tinha o Real, Diego López, para fazer a vontade à clique que manda no balneário blanco.

O argentino e o espanhol estão a fazer no Nápoles uma temporada excelente. Mas falta outro, de rendimento muito superior ao de Bale… Lembram-se de Di María? Esse está encostado às boxes em Manchester porque não compreendeu que o Real era a equipa à sua medida…

Illarra é o caso típico de um jogador de qualidade que não tem a dimensão dos grandes clubes, nem consegue evoluir de modo a chegar lá. Carletto deve ter hesitado entre ele e Khedira, mas o alemão já não está com a cabeça no Bernabéu, só pensa no regresso a casa, acabou. E tendo de escolher entre dois males, o técnico preferiu jogar com Pepe ou Sergio Ramos à frente dos centrais, libertando mais Kroos para “fazer” de Modric.

Quanto a Coentrão, ele tem hoje um confronto à sua medida. Defende mais eficazmente do que Marcelo, joga melhor de cabeça e centra ou remata tão bem quanto o brasileiro. E é mais intenso, tem mais pilhas, durante uma hora mete o prego a fundo até rebentar. Já brilhou no passado noutros embates históricos do Real e hoje pode ser o seu dia.

Hala Madrid!

Os nervos de aço de Lopetegui

20 Abril, 2015 0

A vitória retumbante sobre o Bayern tirou de vez as dúvidas, a quem ainda teimava em mantê-las, quanto ao acerto da contratação de Julen Lopetegui por parte do FC Porto e à razão que assistia a Pinto da Costa quando, contra a opinião de muita gente, “segurou” o técnico e lhe renovou mandato e confiança.

Quero recordar que mesmo sabendo que a capacidade de Lopetegui não podia estar em causa, duvidei que triunfasse no Dragão. Por um lado porque nunca jogara ou treinara fora de Espanha e era um líder de seleções e não de clubes. Por outro porque cometera – e continuo nesse particular a achar que cometeu – o erro de trazer com ele “espanhóis a mais”, uma estratégia que falhou em todos os emblemas que tentaram fazer acompanhar um novo treinador de uma corte de compatriotas. Exemplos não faltam, do Barcelona ao Benfica, do Real Madrid ao Chelsea – e é ver quantos jogadores portugueses tem hoje José Mourinho no seu plantel. Por que será?

Lopetegui até nisso exibiu qualidade. “Encostou” sem complexos rapazes que falavam a sua língua, dispensou patentes na altura de escolher, motivou os “inadaptados” – o caso de Quaresma é outro milagre das rosas –, apostou em medianos ambiciosos e sentou estrelas acomodadas – Martins Indi que o diga. E teve ainda o mérito do positivismo no discurso na hora difícil em que desmontou a tenda para erguer outra, mal a “ciência certa”, que não existe no futebol, se mostrou desajustada e reclamou autocrítica, mudança e nervos de aço.

Partir quase do zero para a vitória é para quem é capaz. E pode até o FC Porto não regressar apurado do Allianz Arena – cruzes, canhoto! – que o trabalho está feito. Lopetegui conseguiu, ponto.

Canto direto, Record, 20ABR15

Paulo Pires e Pedro Lima: como os miúdos cresceram

19 Abril, 2015 0

Por vezes, passo pelas novelas. Não sou fã, mas não me cairiam os parentes na lama se fosse. Afinal, ajudei a lançar, há 17 anos (ai, ai…), a revista “Telenovelas”, e sinto orgulho por isso.

Aguentei-me pouco tempo em “Jardins Proibidos”, da TVI, pois o estilo canastrão de Diogo Infante…

Texto em www.alexandrepais.pt

PSD Madeira regenerou-se a tempo

17 Abril, 2015 0

Ao longo de 37 anos e muitas maiorias absolutas, o jardinismo foi apontado pelas oposições madeirenses como a encarnação do mal. Mas os opositores nunca souberam encontrar um caminho alternativo e nas recentes eleições regionais escasseou em estratégia e reunião de forças o que sobrou em partidos, associações, grupos e insignificâncias vaidosas e atrevidas.

NMad1a

O Notícias da Madeira tentou, em 2001, mudar a linha editorial. Sem êxito. Encerraria em 2007

Em Fevereiro de 2001, estava Alberto João Jardim há 23 anos na liderança do Governo da região autónoma, estive no Funchal ao serviço da Lusomundo para tentar fazer do Notícias da Madeira um tablóide, à imagem do diário continental 24horas.

Tive, então, reuniões de trabalho com…

Texto em www.alexandrepais.pt 

É preciso mesmo ser burro

16 Abril, 2015 0

Já contei aqui: tive um companheiro de trabalho, director de jornal, que um dia, e já lá vão muitos anos – me perguntou se eu sabia quem era o homem do SIS na minha redacção – ele tinha o informador identificado, e devidamente controlado, na sua.

Fiquei de boca aberta, a fazer figura de parvo: não sabia, como nunca soube, nem quis saber. Certo é que segui o seu conselho e, a partir daí, nunca mais…

Texto em www.alexandrepais.pt

A lei da selva ou a saída de Jorge Simão do Mafra

13 Abril, 2015 0

Começo por esclarecer que, não concordando com o afastamento de Lito Vidigal do comando técnico do Belenenses, reconheço que a administração da SAD foi perspicaz na escolha do sucessor. Mais: até hoje, Rui Pedro Soares ainda não se deixou enganar nesse particular, um mérito maior do que se supõe já que o que não falta, mal haja oportunidade, são sugestões, e muitas delas absurdas, por parte daqueles “entendidos” que não descolam da porta dos gabinetes.

Jorge Simão tinha feito um excelente trabalho com Mitchell van der Gaag, demitiu-se quando a substituição forçada do holandês recaiu – e bem – sobre Marco Paulo, confirmou depois a sua capacidade no Atlético e no Mafra, e tendo causado boa impressão anteriormente no Restelo nada mais recomendável do que recorrer de novo aos seus serviços. Dito isto, que é elementar e de justiça, considero errada – mesmo que procure entendê-la, a vida não está fácil – a decisão de Jorge Simão de corresponder ao convite dos azuis. E por dois motivos.

O primeiro pertence ao domínio da ética: um técnico não devia aceitar ocupar o lugar de um colega de profissão sem que ele tivesse acordado as condições da rescisão do contrato. Aparecer na ficha técnica como “treinador adjunto” pode ser uma esperteza, mas é também uma humilhação para o próprio técnico e uma vénia à lei da selva.

O segundo, igualmente lamentável, tem a ver com o Mafra, que seguia, e segue, em ótima posição no Nacional de Seniores – com boas hipóteses de subida – e que, de um dia para o outro, ficou sem treinador, como se fosse lixo. Que feia coisa! E a legislação que permite este vale-tudo não tem menos culpa do que Jorge Simão.

Canto direto, Record, 13ABR15