1. A utilização de jogadores de futebol pagos a peso de ouro pelos clubes em jogos particulares de seleções foi tema que esta semana regressou em força à agenda. Veja-se o que fizeram Paulo Bento, selecionador de Portugal, e Sergio Batista, responsável pela Argentina, na quarta-feira, em Genebra.
2. O treinador português estendeu um plano para o jogo que passou por dar 45 minutos a cada guarda-redes, uma hora de jogo ao trio atacante Nani-Hugo Almeida-Cristiano Ronaldo e o tempo inteiro à defesa composta por João Pereira-Rolando-Bruno Alves-Coentrão; deu também 90 minutos ao seu homem de confiança, o indestrutível João Moutinho.
3. Sergio Batista quis experimentar muitas soluções do meio-campo para a frente, mas tinha por importante, acima de tudo, ganhar o jogo, o que não era exatamente o caso de Paulo Bento. Por isso, o selecionador argentino não teve a mínima dúvida em conservar Messi em campo durante todo o jogo. E foi premiado por isso: ganhou mesmo.
4. Paulo Bento explicitou claramente que estava contra qualquer tipo de duelo Ronaldo-Messi que adeptos e imprensa tivessem interesse em promover e levou o seu plano até ao fim, tirando CR7 ao jogo quando estava previsto que saísse, mas abriu um precedente,.
5. E André Villas-Boas, treinador do FC Porto, foi o primeiro a mostrar o incómodo de dois dos seus jogadores não terem sido contemplados pelo regime de poupança do selecionador. Com razão. Por que é que Rolando e Moutinho jogaram 90 minutos e Ronaldo não ficou até ao fim, como Messi, que até jogou ontem pelo Barcelona, um dia mais cedo do que o Real Madrid? Jorge Jesus poderia queixar-se do caso de Fábio Coentrão e Paulo Sérgio do de João Pereira. Isto é, se Paulo Bento quer preservar uma imagem de independência em relação a Mourinho tem de desfazer dúvidas que se começam a formar no futebol português, utilizando o CR7 o tempo que for necessário para Portugal ganhar.
(Publicado na edição papel em 13/02/2011)
14 Fevereiro, 2011
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