Luís Filipe Vieira (LFV) quis um novo sentido para o futebol do Benfica e deixou sair Jorge Jesus. O presidente do Benfica quis o melhor de dois mundos: aposta na formação e realinhamento dos objetivos desportivos com um foco especial na Liga dos Campeões.
Diz-se que LFV pretendeu alterar o paradigma do futebol do Benfica. E contratou um novo treinador, que não pensasse em ressuscitar os juniores portugueses dez vezes para serem tão bons como os estrangeiros de 20 anos e se lançasse à aventura na Europa, continuando a ganhar em Portugal.
O Benfica venceu o Atlético Madrid, na Champions, com um golo de Gonçalo Guedes, o mais recente ícone da formação. Perfeito.
Mas vai perdendo consecutivamente, em Portugal, com Sporting e FC Porto.
Quem sabe o que é estrutura e paradigma, achará estranho ser Rui Vitória o incinerado de serviço, e que LF Vieira apareça na imprensa com legitimidade para pedir contas ao treinador.
Se o Mundo ainda não está ao contrário e foi o presidente a decretar a mudança de paradigma, por que raio tem de ser Rui Vitória a arcar com as responsabilidades de uma medida política tomada pela SAD? Se foi esta a permitir a saída de um treinador bicampeão… conscientemente… sem constrangimentos…
Jesus conquistiu três títulos nacionais em seis anos. Com um pormenor importante: foi campeão logo a abrir e ganhou crédito suficiente para perder três títulos de enfiada.
Com Rui Vitória, parece, o preço da condescendência é mais alto. A não ser que LF Vieira se faça ouvir, entretanto. Porque o seu silêncio é cúmplice de quem vai queimando o treinador.