Agora que a poeira na Segunda Circular está a assentar (estará?) vale a pena fazer uma reflexão sobre a grande máquina de comunicação do Benfica.
Há 48 horas, Luís Filipe Vieira era diabolizado em qualquer recanto onde houvesse benfiquistas, por ter persistido no original modo de gestão de penalizar quem gera resultados e assim ter propiciado a fuga de Jorge Jesus para o Sporting. À sua moda, o presidente do Benfica exerceu o poder (não confundir com autoridade) e não quis saber de mais opiniões. Quem defendia a continuidade – a esmagadora maioria – de Jesus não poupou Vieira.
O que se passou a seguir foi o virar da mesa. O diretor de comunicação do Benfica encadeou uma rajada de “tweets” e quem já sabia sobre o que pensar mudou o “como pensar”. A “ingratidão” de Jorge Jesus passou para primeiro tópico da agenda – tanto assim que na quinta-feira à noite um dos assuntos do momento no twitter era “Judas”, a designação aplicada ao treinador em trânsito para Alvalade.
De gestor teimoso, Vieira passou a presidente amargurado, vítima de um treinador mal-agradecido.
Já o Sporting não conseguiu conjugar a fiabilidade da gestão (contratação concretizada do treinador bicampeão) com a eficácia da comunicação, porque a maioria dos adeptos não concorda com a contratação de Jorge Jesus (já para não falar da forma como Marco Silva foi despedido, altamente censurada – mas isso é incomunicável, não se faz).