Que sentido faz juntar jogadores que eram muito bons no WM com outros que têm no 4x3x3 o seu habitat natural? Que sentido faz conjugar grandes figuras do tempo das botas de travessas com os modernos craques dos treinos bidiários, dos jogos às quartas e ao domingo e das científicas sessões de recuperação? Pois é, a votação do centenário da FPF estava condenada à partida a uma discussão interminável, mas os promotores não deixaram de se pôr a jeito.
Disse Rui Costa que foram escolhidos onze jogadores mas outros onzes poderiam ter sido selecionados. Não diria tanto, mas é incompreensível como a FPF permitiu que a defesa da equipa do Centenário fosse composta exclusivamente por centrais. Não há dois laterais do Centenário? Há. Bastava ir buscar João Pinto à seleção contemporânea e Hilário à seleção histórica. Ficaria bem à FPF, a casa do futebol em Portugal, um certo rigor técnico e histórico.
Nas três equipas escolhidas, só há grandes nomes – isso é indiscutível – mas é pena que não tenha havido lugar para outros que foram campeões do Mundo, vencedores da Taça/Liga dos Campeões, da Taça das Taças ou da Taça UEFA/Liga Europa, mais pertinentes do que algumas figuras institucionais.