Para me apresentar na redação de Record pela primeira vez viajei de metropolitano – a atual linha amarela não passava de Entrecampos, a azul acabava em Sete Rios e a verde terminava em Alvalade (a vermelha não existia).
Antes almocei na cantina da FCSH, na Avenida de Berna, pagando 100 escudos (atuais 50 cêntimos).
Depois de um apertado processo de seleção – 5 candidatos para 2 vagas (hoje os ficheiros de candidatos que chegam aos recursos humanos são às centenas)! – entrei com a certeza de que receberia 25 contos (125 euros) mensais, mais 22 senhas de refeição, de 350 escudos cada (1,75 euros). No Caracol, da Rua da Barroca, jantava-se muito bem por 1.500 escudos (7,5 euros).
O Record era um jornal e tinha 39 anos, hoje é uma marca que vai lançada nos seus 63 bem conservados.
Passou muito tempo, é verdade. Parabéns ao Record… e à minha família, que agora sabe o que é ter (e aturar) um jornalista em casa.