Quem tem a paciência – e o interesse, vá lá – de ler o que por aqui vou escrevendo fica agora a saber que me meti literalmente numa grande aventura, com a Pippa Palito e o Rafa Trivela. Quer dizer, eu, o Carlos Laranjeira e o Paulo Gameiro. Sexta-feira lá estaremos na FNAC do Colombo, a partir das 18.30, para o lançamento dos dois primeiros livros.

E seja o que os leitores quiserem!

O plano de André Villas-Boas, no FC Porto, tinha um rasto: José Mourinho.

Ganhas todas as provas (menos a Taça da Liga, que os dragões continuam a desvalorizar por birra), melhorando aquilo que o atual treinador do Real Madrid fez na primeira época completa no Dragão, AVB teria um desígnio: tentar ganhar a Liga dos Campeões. Estava na cara.

Mas o plano mudou, subitamente.

A seguir o cheiro do dinheiro, o novo treinador do Chelsea achou que seria mais aliciante fazer uma coisa que Mou não conseguiu – ganhar a Champions em Stamford Bridge – do que continuar a tentar imitá-lo.

E quem duvida que ele tem capacidade para o fazer? Eu não.

Cristiano Ronaldo é o jogador mais bem pago do Real Madrid, o mais influente elemento da equipa e o que marca mais golos. Agora é também a voz mais audível do balneário, para desgosto do capitão Iker Casillas.

CR7 tem mantido vivos os elogios a Fábio Coentrão, na pressão intensa que o Real Madrid e Jorge Mendes estão a fazer sobre o Benfica. Compreende-se.

Mas não se ficam por aqui as investidas públicas do Bota de Ouro. Agora diz querer Luís Figo no lugar que antes foi do argentino Valdano.

Para que serviria então Zidane? Talvez seja melhor perguntar a Mourinho qual é o alcance destas declarações.

O Sporting tem na lista de intenções de compra o avançado Bobô, agenciado pelo empresário Juan Figer.

Já lá vai o tempo em que este cidadão uruguaio de 73 ou 78 anos (pouca gente tem a certeza quanto à idade, segundo informa a wikipédia) não queria ouvir falar no nome do Sporting, e vice-versa.

Em 1988, quando o plantel dos leões estava povoado de “unhas” – umas menos encravadas do que outras – era Figer o todo poderoso agente que respondia pelas transferências, nomeadamente de Douglas e Silas (este um dos maiores jogadores que já passaram pela liga portuguesa).

Acontece que no Sporting não abundava aquilo com que se compram os melões e chegou-se a uma negociação verdadeiramente radical entre Juan Figer e o presidente Sousa Cintra. Ou o Sporting tinha os ordenados dos jogadores em dia ou estes deixavam de jogar, porque o que acontecia antes era verdadeiramente incomportável.

Para quem se lembra, Silas era muitas vezes o melhor em campo, de longe; noutros dias, desaparecia, misteriosamente, “entre linhas”. Soube-se depois porquê: não trabalhava “a promessas”…

Sousa Cintra não teve outro remédio se não aceitar as condições do empresário e recorreu à conta pessoal para acertar os ordenados e o rendimento dos craques.

Depois do extremar de posições seria difícil imaginar mais negócios entre Figer e os leões, mas a verdade é que foram sendo feitos e chegamos agora ao início do verão de 2011 com o uruguaio na condição de agente privilegiado em Alvalade.

Quem diria.