1. O Benfica tornou-se uma máquina de vitórias, a equipa mais empolgante da Liga, capaz de arrancar elogios de norte a sul, tendo conquistado o título do “futebol mais bonito de Portugal” – uma espécie de “miss simpatia – ao FC Porto. O futebol do Benfica dá para tudo e inclui essa invejável capacidade de virar sucessivamente jogos que parecem irremediavelmente empatados ou mesmo perdidos.
2. O Benfica continua envolvido em quatro frentes, com hipótese de vitória em todas elas, mas sem qualquer garantia de suceso. E é esse o maior drama de Jorge Jesus e da máquina de comunicação que tem atrás de si: saber que, apesar de os valores estéticos convencerem a maioria dos adeptos, o Benfica dificilmente chegará a “miss Portugal”. Na frente da corrida continua o FC Porto, mais feio, mas certinho e com respostas corretas de princípio a fim.
3.
E é essa a cruz que Jesus terá de carregar sozinho. Embora tenha feito crescer o Benfica para níveis de excelência, foram as suas decisões, no fim da época passada, que comprometeram a carreira da equipa na Liga. Alguém o devia ter ajudado a perceber que dispensar Quim era uma péssima opção. Agora pode bater na tecla retórica das “quatro frentes”, mas sabe que não pode continuar na canseira a que tem submetido o núcleo duro da equipa, sob pena de nada ganhar no fim da maratona.
4.
O Sporting é isto: como a equipa de futebol se finou em todas as competições, resta a feira das eleições. A existência de seis candidatos a presidente parece uma tentativa de entrar no Guiness. Mas não, trata-se apenas de um sinal mais do que é a desorientação reinante. A três semanas do dia da decisão, podem identificar-se três níveis: 1.ª divisão (a ordem é alfabética) – Dias Ferreira, Godinho Lopes e Pedro Baltazar; 2.ª divisão – Bruno de Carvalho; 3.ª divisão – Abrantes Mendes e Zeferino Boal. Por agora, a pergunta é: quem resistirá?
5.
Rui Vitória possui o tal factor X que faz dele um grande profissional do treino. E o P. Ferreira lá avançou para a final da Taça da Liga. Vitória não é apelido em vão, tem substância.
6.
São tempos azedos, os de José Mourinho, em Espanha. E dificilmente uma sondagem lhe daria nesta altura mais simpatizantes do que detratores. A solução para o problema ele conhece-a de trás para a frente: tem de ganhar ao Barcelona e triunfar na Champions. Porque La Liga é uma miragem.
7.
Foi a notícia da semana, a demissão de Fernando Mota da presidência da Federação Portuguesa de Atletismo. Com muita dignidade, abandonou o cargo para expiar um erro da estrutura pela qual respondia. Deixa atrás de si um trajeto dificilmente igualável.
(publicado na edição papel em 06/03/11)