30 Março, 2011

O que vale Jô

Jô, o avançado que o Sporting quer resgatar ao Manchester City, não é só isto… mas também é isto:

http://www.youtube.com/watch?v=Od2pSAt41u0

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27 Março, 2011

S_ofrer C_om P_iratas

O Sporting vive horas de grande sofimento propiciadas por estatutos do tempo da outra senhora.

Se o sistema eleitoral obedecesse à regra das democracias modernas “uma cabeça, um voto” é mais ou menos óbvio que o clube não estaria agora exposto às piratarias que conduziram a uma das mais páginas mais tristes da sua história, em que não se sabe exatamente quantos votos houve e em que listas foram expressos.

Há agora quem exija a repetição das eleições, quando ainda não se conhecem os resultados rigorosos da votação para a assembleia geral, para o conselho fiscal, nem se sabe quem são os 49 candidatos eleitos para acompanharem Eduardo Catroga no Conselho Leonino.

Como diz o poema, tudo isto é triste, tudo isto é fado… do Sporting. 

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25 Março, 2011

Cinco candidatos para uma cadeira

O Sporting elege amanhã o 36.º presidente da sua história. Seja qual for o escolhido, a cruz a carregar pesará muito e levanta as maiores dúvidas em relação a quem terá capacidade para a levar até ao fim.

Aqui ficam, então, algumas notas sobre o perfil de cada um dos pretendentes à cadeira maior de Alvalade:

A – Godinho Lopes: o candidato da continuidade demorou muito a acertar o ritmo de campanha; ter a confiança da banca pode não ser o melhor trunfo quando existe forte vontade de mudança; trunfos Luís Duque e Carlos Freitas pesam muito;

B – Pedro Baltazar: tem o projeto mais interessante, mas não dispõe de equipa, nem escolheu o melhor treinador; falhou no discurso;

C – Bruno de Carvalho: é o rosto da mudança e não demorou tempo a colher resultados dessa vontade generalizada que existe entre os adeptos; é o melhor comunicador de todos, mas o défice de credibilidade foi-se acentuando com a campanha;

D – Dias Ferreira: demorou uma eternidade a acordar para a campanha, depois de apresentar o treinador mais forte de todos; teve medo de jogar o trunfo Futre e ficará sempre na dúvida quanto ao efeito que o escolhido para vice-presidente do futebol poderia ter conseguido;

E – Abrantes Mendes: é visto como garantia de credibilidade, mas não dispõe de projeto.

Que ganhe, pois, o melhor.

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21 Março, 2011

Este Portas fala bem

Demagógico ou não, Miguel Portas falou bem no Parlamento Europeu.

http://www.youtube.com/watch_popup?v=m2B7RWJY–A

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17 Março, 2011

O que são os jornalistas

 (Texto lido nas 15.ªs Jornadas de Comunicação da Escola Superior de Educação de Portalegre)

“Não há um jornalista, mas vários jornalistas”
Pierre Bourdieu

A discussão sobre a existência de um jornalismo desportivo ou de jornalismo, prática singular com especializações várias, foi ultrapassada pela conveniência de rotulagem, da separação em quintas, que marca a contemporaneidade. É jornalismo desportivo, quando devia ser jornalismo especializado em desporto.

Em Portugal, há notícia de ter existido um primeiro jornal especializado em 1893. Chamava-se o Velocipedista, era editado no Porto e como o próprio nome indica tinha por objeto o ciclismo, mais do que uma modalidade de competição, uma atividade na moda (Pinheiro, 2006). Daí para cá sucedeu-se a publicação de muitos títulos, contando-se na atualidade três diários e algumas publicações especializadas por modalidade: automobilismo, ciclismo, futebol, surf, vela, etc.

Vistos como profissionais de segunda categoria, os jornalistas especializados em desporto – jornalistas que faziam a coisa por desporto, portanto – passaram mais de 30 anos sem direito a carteira profissional. Criada em 1938 e definitivamente institucionalizada em 1941, a primeira carteira não abrangia os “jornalistas desportivos”, que estavam integrados no sindicato dos trabalhadores da indústria gráfica. Só em 1972, estes jornalistas que eram vistos não como trabalhadores, mas como gente que se divertia a trabalhar (visão que perdura até aos nossos dias) foram integrados sindicalmente e passaram a beneficiar das regalias da Caixa de Previdência (entretanto extinta pelo Governo Sócrates).

Não é, pois, brilhante o passado dos “jornalistas desportivos”.

É teoria corrente entre os profissionais mais antigos que o 25 de Abril foi decisivo na revelação das competências dos jornalistas que escreviam sobre desporto. A generalidade dos profissionais estivera até aí presa às redações, condicionada pelos ditames da censura, sem espaço de manobra para fazer notícias quanto mais reportagens. Com a eclosão do movimento revolucionário foram os “jornalistas desportivos” os mais aptos a andar na terreno, a reportar manifestações, comícios, sessões de esclarecimento. Por disporem da rotina de se movimentarem no exterior, enquanto os seus companheiros de profissão estavam confinados à secretária ou a viagens oficiais devidamente vigiadas pelo regime.

O “jornalismo desportivo” fez então o seu caminho, pontuado pelo sucesso das grandes tiragens e dos recordes de vendas, trabalhado por grandes profissionais, não sendo estranho o facto de três dos maiores diários portugueses generalistas serem dirigidos atualmente por jornalistas que começaram a trabalhar na área do desporto: Octávio Ribeiro (Correio da Manhã), José Leite Pereira (Jornal de Notícias) e João Marcelino (Diário de Notícias).

Na última década assistiu-se naturalmente à inversão do ranking de vendas de jornais diários, em Portugal, isto é, passaram a ser os jornais generalistas os mais vendidos, tendo os “desportivos” ocupado o segundo plano. E digo, naturalmente, porque é normal que uma generalidade de assuntos e temas (política, sociedade, economia, desporto, cultura e espetáculos) interesse a mais consumidores, do que apenas um tema, o desporto. É o reflexo de uma sociedade que cresceu, embora seja um fenómeno dificilmente entendível pelos empresários – talvez porque a ausência de estudos não os ajude, não nos ajude a todos nós, afinal, a perceber qual é o lugar dos jornais especializados em desporto no mercado da edição.

Chegamos então ao tema do “desprestígio do jornalismo desportivo”, mais interessante ainda por ser suscitado na Academia e não nas discussões da corporação, muitas vezes inquinadas por egocentrismos vesgos.
Numa das obras de referência que aborda este tema, Raymond Boyle (2006) diz que “o jornalismo desportivo é parte importante dos meios de comunicação, mas é justo reconhecer que não está entre as disciplinas mais prestigiadas”. Citação que pode ser complementada por outra mais imaginativa, da autoria de David Rowe:  “Jornalismo desportivo é o departamento de brinquedos dos meios de comunicação – isto é, localiza-se num espaço dedicado ao entretenimento e às frivolidades, em vez de se remeter às funções sérias do quarto poder” (2004).

Estamos então numa encruzilhada. Por que caminho corremos? Será o correto?

Nesta altura, parece-me secundário discutir a representatividade da identidade nos media, estudada normalmente a partir do ponto de vista do acompanhamento das seleções nacionais, em que se conclui que os jornalistas “vestem a camisola”.

Há outro nó ético mais importante para desapertar.

O desenvolvimento da imprensa e do desporto conheceu um impulso singular no séc. 19, tendo ambos conhecido níveis de massificação consideráveis.
Hoje, desporto e media não vivem um sem o outro, coabitam sob estrita dependência. Veja-se quem são hoje os principais financiadores das grandes confederações do desporto (FIFA e Comité Olímpico Internacional), quem lhes proporciona lucros milionários, e de todos os clubes profissionais, quem lhes garante as remunerações dos desportistas: as televisões. São os contratos de compra e venda dos direitos de transmissão que asseguram o negócio. E quem tem o negócio age no interesse de não o estragar, deseja promovê-lo até à exaustão, na tentativa de garantir mais e mais audiências.

“O jornalismo desportivo contribui para o aumento do apelo do desporto na televisão – conduz o desporto a novos formatos de difusão. Esta situação conflitua com os ideais de divulgação de notícias. A cobertura do desporto no âmbito do complexo desporto/media é muitas vezes usada para autopromoção, o que ajuda a aumentar o valor do produto, isto é, os direitos de transmissão” (Helland, 2007)

Como é que se faz então para proteger o nosso negócio, atacamo-lo?
É hoje claro que o “jornalismo desportivo” vive entalado entre o compromisso de dar notícias, mesmo que essa tarefa não seja muitas vezes simpática, e fazer aquilo a que pomposamente algumas pessoas chamam “promover o espetáculo”, missão paradoxalmente vedada por quem tem as estrelas sob contrato, os clubes, que reduzem a participação pública dessas figuras a declarações telecomandadas.
Mas existe outro problema contíguo a este.

“Se analisarmos a mensagem dos meios de comunicação no México e especificamente a transmissão dos valores desportivos, parece que a falta de espaço democrático dá lugar ao modelo utilitário da informação, isto é, está de acordo com os interesses do mercado” (Lara, 2007).

Em Portugal, como no México e em toda a parte, a comunicação social trabalha em função de uma quota de mercado, é uma produção feita e destinada a ser consumida. A agenda está construída de acordo com o olhar do público, futebolizada, e muitas vezes menoriza temas e protagonistas cujo valor-notícia será muito superior.

Noutra ocasião, já disse que a informação feita pelos “jornalistas desportivos” é uma “inforemoção”, que privilegia temas escolhidos segundo interesse das audiências, os protagonistas de dimensão planetária, os grandes acontecimentos e as emoções que uns e outros proporcionam. É um caminho feito pelo público e para o público. Será desprestigiante?

A pergunta parece-me ultrapassada. Nesta altura, o jornalista está de novo colocado perante um dilema de dimensão ontológica: quem sou eu, o que sou eu?

Quando os leitores são eles próprios mediadores e difusores de informação, nas redes sociais – já não são afinal simples leitores – que papel cabe aos jornalistas? Sim, quem sou eu? Nesta altura pouco me importa pois o prestígio, apenas esbracejo para sobreviver.

REFERÊNCIAS
Boyle, Raymond. (2006) Sports Journalism: Context and Issues. London: Sage
Helland, Knut. “Changing Sports, Changing Media – Mass Appeal, the Sports/Media Complex and TV Sports Rights” in Nordicom Review, Jubilee Issue 2007, pp. 105-119
Lara, Miguel Ángel. (2007) “Periodismo Deportivo: la fantasia de un oficio hecho profésion” . Texto publicado na Revista Comunicologi@: indícios y conjeturas. Publicação eletrónica do Departamento de Comunicação da Universidade Iberoamericana, Cidade do México, primeira época, número 6, Outono 2006, disponível em http://revistacomunicologia.org/index.php?option=com_content&task=view&id=158&Itemid=73
Pinheiro, Francisco. (2006) A Europa e Portugal na Imprensa Desportiva, Coimbra, Edições Minerva
Rowe, David. (2004) Sport, Culture and the Media: The Unruly Trinity, 2.ª ed., Maidenhead, Open University Press

 

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15 Março, 2011

Japão antes e depois

Uma grande tragédia retratada num trabalho de excelente qualidade.

http://www.abc.net.au/news/events/japan-quake-2011/beforeafter.htm

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13 Março, 2011

Bruno de Carvalho é a voz do povo leonino

A três semanas das eleições do Sporting os seis candidatos a presidente dividir-se-iam em três escalões: 1.º – Dias Ferreira, pela escolha de Rijkaard; Godinho Lopes, por ter Carlos Freitas e Luís Duque; e Pedro Baltazar, com o apoio de Santana Lopes; 2.º – Bruno de Carvalho, pela clareza da palavra; 3.º – Abrantes Mendes e Zeferino Boal, ambos completamente vazios de ideias e de discurso errático.

Passada uma semana e com a vitória clara de Bruno de Carvalho no debate da SIC-Notícias, cimentada pelo inquérito online de Record – onde continua ainda e sempre à frente –, a hierarquia foi consideravelmente alterada. Carvalho é hoje de 1.ª Divisão e o mais sério candidato a ganhar as eleições sem ter apresentado um nome ou ter concretizado uma promessa: bastou-lhe a coerência do discurso para convencer adeptos e, simultaneamente, desorientar a concorrência.

 

Dias Ferreira perdeu o balanço que o anúncio de Frank Rijkaard lhe tinha dado, deixou inevitavelmente cair Futre, e encabeça hoje uma candidatura secundaríssima. Godinho Lopes não consegue descolar da imagem de candidato da continuidade, perdeu-se em excessos de linguagem, e encontra-se em grandes dificuldades. O maior adversário de Bruno de Carvalho é pois, nesta altura, Pedro Baltazar, que tem alguns problemas de comunicação, mas já mostrou ter um projeto sólido. A menos de duas semanas das eleições, o “quadro competitivo” ganhou novo arranjo: 1.ª divisão – Bruno de Carvalho e Pedro Baltazar; 2.ª – Dias Ferreira e Godinho Lopes; 3.ª – Abrantes Mendes. Zeferino Boal, como já era esperado, desistiu.

 

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12 Março, 2011

Passeios de Pinto da Costa em risco

O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, costuma gabar-se de estar alojado no Hotel Altis, na Rua Castilho, em Lisboa, e poder ir ao Gambrínus, na Rua das Portas de Santo Antão, jantar tranquilamente, fazendo ambos os trajetos a pé, sem que alguém o importune.

Depois da agressão de que foi alvo o vice-presidente do Benfica, Rui Gomes da Silva, à porta do restaurante Shis, no Porto, é muito pouco provável que o líder portista possa assomar à porta do hotel, quanto mais ir pela baixa lisboeta abaixo em busca de bons petiscos.

Sabe-se como pessoas doentes têm tornado o futebol num lugar mal frequentado, uma coisa mal cheirosa, um caso cada vez mais da área das polícias. É pena.

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10 Março, 2011

Cavaco e o Totodissolução

As ondas de choque do discurso de posse do NOVO presidente da República ainda não cessaram e já começou um novo jogo de sucesso: o totodissolução.

Cavaco Silva jogou em antecipação e não esperou para mostrar ao que vem. Acabou-se a estabilidade, a responsabilidade institucional, a pose que era preciso manter para defender a posição da economia portuguesa nos mercados.

O NOVO presidente tem a reeleição vedada pelas regras da Constituição e agora vai mostrar-se como só ele é, um político de direita que quer um governo de direita. Quando vai dissolver a Assembleia da República e tirar o tapete a Sócrates? Começou o jogo, teve início o Totodissolução?

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