11 datas chave para o mês que aí vem
Um “souvenir” a marcar a data das últimas eleições gregas em Atenas Fonte: Chris Ratcliffe/Bloomberg
Se a primeira quinzena de Agosto foi relativamente suave em acontecimentos relevantes para o futuro da Zona Euro, o mês que se segue, especialmente a primeira quinzena de Setembro, guardam várias datas-chave. Aqui ficam onze dias em que pode querer ver notícias de economia.
O serviço público visto pelo Provedor de Justiça
Créditos: Direitos reservados; Montagem de Rosa Castelo/Negócios
Apesar de passarem despercebidos, vale a pena lançar os olhos sobre os relatórios anuais do Provedor de Justiça, a entidade que intercede pelos interesses dos cidadãos junto dos diversos organismos público e privado.
Embora sofra de um enviesamento de partida, pela negativa – lá se relatam as reclamações dos cidadãos sobre os serviços – constitui uma boa amostra dos principais problemas e vícios da Administração Pública e, ao mesmo tempo, uma boa base para a reflexão sobre a natureza das reformas estruturais que são necessárias no Estado.
Aqui fica uma síntese, parcial, de dois casos: Banco de Portugal e Segurança Social
A emigração prejudica Portugal
Edward Hugh tem-se destacado na análise da crise, não sendo uma das vozes mais optimistas. Só agora chegámos à análise que fez há umas semanas no “A Fistful of euros” sobre a situação portuguesa e onde apresenta os pontos fortes e fracos do ajustamento nacional, e defende de forma muito razoável que Portugal não deverá conseguir regressar aos mercados em Setembro de 2013. Mas uma das dimensões mais interessantes do “post” é a análise à importância dos factores demográficos para o (in)sucesso nacional e a crítica à posição do Governo de incentivar a emigração de cidadãos portugueses, isto num país com uma dinâmica demográfica desfavorável. Vale também a pena ler os comentários e o debate sobre se a análise é ou não demasiado pessimista. Uma boa oportunidade para perceber melhor como Portugal está a ser visto lá fora. Além disso estamos também a ler:
2. PRODUTIVIDADE – II. David Justino, no Quarta Republica, defende a importância da educação para aumentar a produtividade e aponta para um estudo sobre o tema aplicado ao Canadá.
3. More on manufacturing convergence. Dani Rodrik escreve sobre os resultados de investigação recente onde conclui que, apesar da ausência de convergência ao nível da produtividade nas economias como um todo, a produtividade nas indústrias dos vários países tendem de facto a convergir, isto independentemente as instituições, da geografia ou das políticas nacionais.
40
Cronologias da Grande Recessão
Passam hoje cinco anos sobre a data que ficará na história como o início de uma das maiores crises económicas e financeiras da história da humanidade: a 9 de Agosto de 2007 o BPN Paribas retirou de negociação três fundos por incapacidade de os valorizar num mercado onde a liquidez havia secado. O BCE tem nesse dia a sua primeira cedência de liquidez de emergência nesta crise. Foi acompanhado nos dias seguintes por vários bancos centrais. desde então muitas mais operações de estímulo e resgate tiveram lugar. A crise financeira começava em toda a sua força, mas ainda não se adivinhava o descalabro que aí vinha.
Cinco anos depois, escolhemos 25 datas que nos últimos cinco anos marcaram a Grande Recessão que continua e ameaça acabar com a Zona Euro. Podiam ser muitas mais. Aqui ficam a nossa escolha, algumas das melhores cronologias que encontrámos e o convite para propostas e debate sobre as datas mais relevantes desta crise.
71
Três anos para eliminar uma empresa
São necessários em média 35 meses para que uma empresa insolvente perca a sua personalidade jurídica e se dê por morta e enterrada. Na prática são três anos às voltas no tribunal e o número é tanto mais surpreendente se tivermos em conta que até à declaração de insolvência propriamente dita bastam apenas uns escassos três meses. O resto, até ao chamado visto de correição – palavra dos dicionários jurídicos que garante que um processo está findo e que foram cumpridas todas as regras, pelo que não há qualquer rabo de fora, leia-se, qualquer irregularidade – é para cumprir todo um interminável conjunto de formalidades, sempre sob supervisão dos tribunais.
Duração média dos processos (em meses) de falência, insolvência e recuperação de empresas findos nos tribunais judicias de 1ª instância, 1º trimestre