Arquivo mensal: Junho 2011

Medindo a desorçamentação

30/06/2011
Colocado por: Pedro Romano

Um dos grandes problemas na análise das contas públicas é a chamada desorçamentação. A desorçamentação consiste na criação de entidades que, apesar de serem dirigidas pelo Estado e normalmente com propósitos de serviço público, estão fora do perímetro de controlo do Orçamento do Estado. São, por exemplo, empresas públicas, fundações e outras entidades. As Parcerias-Público-Privadas podem também ser consideradas uma forma de desorçamentação, embora o mecanismo seja ligeiramente diferente.

 

Diferença entre défices públicos do primeiro trimestre apurados pela DGO e pelo INE em % do PIB 

 

O programa do Governo em três palavras: Estado, empresas e gestão

29/06/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

Vale o que vale, mas… quais serão as palavras que o programa de Governo de 129 páginas mais repete? Feitos alguns ajustes para retirar algumas que são naturalmente muito frequentes neste tipo de documento – como Governo, Portugal ou programa – há três termos no documento que se destacam pela repetição: Estado, empresas e gestão.

 

 

 

Fonte: Programa de Governo, Negócios e Wordle

Os avisos do banco central dos bancos centrais

28/06/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

O Banco de Pagamentos Internacionais (BIS, na sigla em inglês) divulgou no fim de semana o seu relatório anual. Vindo da instituição cuja equipa de economistas foi uma das que avisou mais cedo para a actual crise, vale a pena atentar nos conselhos que chegaram de Basileia.

 

Dois breves comentários: há referências directas aos problemas nos EUA (“Nenhuma economia – não interessa quão grande, rica e poderosa – está imune aos riscos colocados pela incoerência orçamental”), mas nenhuma à China ou a movimentos cambiais bruscos e desordeiros; Por outro lado, e talvez mais interessante, seja o que o “banco central dos bancos centrais” nos diz sobre o actual estado do sistema financeiro mundial: os bancos centrais continuam a subsidiar bancos através da sua política monetária, os reguladores não resolveram o problema fulcral das instituições demasiado grandes para falir (e precisam de ser avisados sobre a importânica de implementarem Basileia III) e, ainda, a inovação financeira está de volta de tal forma que faz lembrar o período que conduzir à crise. Visto da perspectiva dos bancos: nada mau.

Pequeno guia para sete quadros que a troika vai querer ver

22/06/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

Em parte a pensar nas exigências da troika o Banco de Portugal e a sua equipa de estatística apresentou uma reformulação do capítulo inicial do seu boletim estatístico mensal, no qual recupera e compila (de forma mais simples e graficamente apurada) alguma da informação estatística essencial para perceber os caminhos que a economia portuguesa está a trilhar.

 

Aqui fica um pequeno guia com sete dos quadros incluídos nesse capítulo “Principais Indicadores” que aqui pelo massa monetária se pensa que vão estar no radar da troika.

Em que economistas confiar? (ou um elogio a Paul De Grauwe)

20/06/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

Basicamente o mundo caminhou desprevenido para a situação em que se encontra porque confiou ingenuamente nas doutrinas económicas dominantes. Por que raio deveria agora acreditar que essas mesmas ideias conseguirão tirá-lo do buraco em que se encontra, quando elas persistem num tão grande desconhecimento das realidades das economias contemporâneas?

 

João Pinto e Castro

 

O debate em torno dos falhanços da economia e dos economistas “dominantes” vai já longo, como nos lembra o embate de 2009 entre John Cochrane e Paul Krugman. Enquanto jornalista, uma das dimensões desta discussão que JPC recupera e que me detém mais tempo é uma dúvida muito prática: em que economistas confiar?