Arquivo mensal: Janeiro 2015

BCE AFINAL NÃO nacionaliza risco, mas mutualiza lucros: custos e porquês.

29/01/2015
Colocado por: Rui Peres Jorge

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(Post alterado no título (com o” AFINAL NÃO”) e com parágrafo inicial que dá conta de uma alteração na informação prestada ao Negócios e inclui uma ligação para o post onde explicamos as consequências. O resto do post mantém-se igual)

 

Uma confusão no BCE: ao contrário do inicialmente comunicado pelos serviços do banco central, os lucros do QE vão, afinal, ser nacionalizados, alinhando-os com o tratamento dado aos riscos. As consequências são positivas para as contas públicas nacionais. Apresentamos as consequências aqui.

 

O programa de alívio quantitativo (QE, Quantitative Easing) anunciado a semana passada pelo BCE está a dar que falar. Um dos temas mais debatidos em Portugal é o das implicações orçamentais da compra de dívida pública pelo banco central, visto que pode poupar  milhões de euros aos cofres públicos.

 

Há ainda muita incerteza sobre o tema – na verdade o BCE deu ainda poucos pormenores técnicos, mas há já uma característica do programa que merece nota, por ser surpreendente e por afectar de forma relevante quaisquer cálculos, e que o Negócios avançou na segunda-feira: o programa do BCE nacionaliza 91% do risco da compra de dívida, mas mutualizará os lucros obtidos pelos vários Estados-membros (de acordo com a respectiva participação na chave de capital) os lucros da operação. Igualmente relevante é a uma limitação aos montantes que o BCE pode comprar em Portugal. Vejamos os detalhes e o porquê… e prepare-se para uma possível desilusão quanto às poupanças orçamentais da bazuca de Mario Draghi (no foto).

 

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Alesina contra-ataca: o regresso do arquitecto da austeridade

20/01/2015
Colocado por: Nuno Aguiar

Alberto Alesina passou os últimos dois anos a ouvir críticas dos seus detractores. O responsável pela criação do conceito de austeridade expansionista – que defende que é possível fazer consolidação orçamental sem recessão – viu a Europa mergulhar numa depressão económica. Com o pé no acelerador da austeridade, os europeus sentiram na pele os custos sociais de uma crise misturada com cortes na despesa e aumentos de impostos. A realidade parecia estar a desmentir as teses de Alesina, mas o italiano não desistiu delas.

 

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Inflação negativa em 2014 sai abaixo das previsões oficiais

13/01/2015
Colocado por: Rui Peres Jorge

A inflação em Portugal caiu em 2014 pela segunda vez em 60 anos. O preço do petróleo foi decisivo, mas não é o único factor a pesar: bens alimentares não transformados também se destacam pelas quedas, nota José Miguel Moreira, do Montepio. Filipe Garcia, da IMF, alinha na previsão de que a inflação regressará a terreno positivo em 2015, ainda que de forma ténue, e nota que os valor de 2014 (-0,3%) fica abaixo das previsões institucionais do Governo (0%), Banco de Portugal (-0,1%), Comissão Europeia (0%) e FMI (0%).

 

Nota do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos gabinetes de estudos do Montepio, Millennium bcp, BPI, NECEP (Universidade Católica) e IMF, isto sem prejuízo de outras contribuições menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios trabalha e que agora fica também ao seu dispor.

 

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Bastardos? Mula da cooperativa? Não se esqueçam: L’État c’est moi!

12/01/2015
Colocado por: Bruno Simões

Depois de quase 37 anos à frente dos destinos da Madeira, os madeirenses preparam-se para dizer adeus a Alberto João Jardim. É o fim de um ciclo iniciado em 1978. Depois da vitória do opositor Miguel Albuquerque nas eleições pelo partido, Jardim apresenta segunda-feira a demissão de presidente do Governo, precipitando assim eleições antecipadas. Uma bom pretexto para lembrar algumas das frases mais marcantes do ex-líder do PSD Madeira.

 

Alberto João jardim deixa hoje, ao fim de quase 37 anos, a liderança dos destinos da Madeira.

Alberto João jardim deixa hoje, ao fim de quase 37 anos, a liderança dos destinos da Madeira.

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Confiança em máximos: os portugueses estão loucos?

06/01/2015
Colocado por: Rui Peres Jorge

A subida dos indicadores de confiança em Portugal parece ter sido interrompida nos últimos dois meses, mas permanece em máximos de 2008 no caso dos empresários, e de 2002 no caso do consumidores. Isto significa que as famílias e as empresas estão mais optimistas do que antes da crise, quando a dívida pública e o desemprego estavam pela metade (ou menos), quando o crédito fluía sem dificuldades, e os cenários de uma crise de financiamento externo eram tidos como absurdas. O que se passa então, os portugueses estão a ficar loucos?

 

Confiança

 

Consultámos e falámos com vários especialistas para tentar perceber o que se passa e publicámos hoje os resultados no Negócios. A resposta está naturalmente nos detalhes da construção destes indicadores e vale a pena conhecê-los. Por exemplo, devemos começar por ter presente que a confiança assim medida é fluxos e não um “stock”, ou seja, estes indicadores dizem-nos por exemplo que os portugueses podem estar melhor que no período anterior (e estarão por isso confiantes), mas ainda assim continuarem numa situação má (PIB baixo, desemprego e divida elevada).

 

Há no entanto outros elementos importantes que abonam a favor da sanidade mental dos inquiridos aos inquéritos do INE e explicam o desfasamento entre os indicadores de confiança e o estado da economia. Aqui ficam explicações de de Rui Bernardes Serra (Montepio), Paula Carvalho (BPI) e Wolfgang Munchau (excerto de um artigo no Financial Times).

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