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Rui Peres Jorge

Sobre Rui Peres Jorge

Rui Peres Jorge é jornalista da secção de Economia do Negócios e editor do “massa monetária”. Começou no Semanário Económico em 2002. É mestre em Economia Monetária e Financeira pelo ISEG e pós-graduado em Contabilidade Pública, Finanças Públicas e Gestão Orçamental pelo IDEFE/ISEG, duas das suas áreas de especialização em jornalismo. Conta com cursos de formação em jornalismo económico na Universidade de Columbia em Nova Iorque (Citi Journalistic Excellence Award, 2009) e em jornalismo no Committee of Concerned Journalists em Washington (Bolsa da FLAD, 2010). Ganhou vários prémios na sua área de especialização. Lecciona a cadeira de Jornalismo Económico na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica. Nasceu em 1977 e vive em Lisboa.

BCE AFINAL NÃO nacionaliza risco, mas mutualiza lucros: custos e porquês.

29/01/2015
Colocado por: Rui Peres Jorge

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(Post alterado no título (com o” AFINAL NÃO”) e com parágrafo inicial que dá conta de uma alteração na informação prestada ao Negócios e inclui uma ligação para o post onde explicamos as consequências. O resto do post mantém-se igual)

 

Uma confusão no BCE: ao contrário do inicialmente comunicado pelos serviços do banco central, os lucros do QE vão, afinal, ser nacionalizados, alinhando-os com o tratamento dado aos riscos. As consequências são positivas para as contas públicas nacionais. Apresentamos as consequências aqui.

 

O programa de alívio quantitativo (QE, Quantitative Easing) anunciado a semana passada pelo BCE está a dar que falar. Um dos temas mais debatidos em Portugal é o das implicações orçamentais da compra de dívida pública pelo banco central, visto que pode poupar  milhões de euros aos cofres públicos.

 

Há ainda muita incerteza sobre o tema – na verdade o BCE deu ainda poucos pormenores técnicos, mas há já uma característica do programa que merece nota, por ser surpreendente e por afectar de forma relevante quaisquer cálculos, e que o Negócios avançou na segunda-feira: o programa do BCE nacionaliza 91% do risco da compra de dívida, mas mutualizará os lucros obtidos pelos vários Estados-membros (de acordo com a respectiva participação na chave de capital) os lucros da operação. Igualmente relevante é a uma limitação aos montantes que o BCE pode comprar em Portugal. Vejamos os detalhes e o porquê… e prepare-se para uma possível desilusão quanto às poupanças orçamentais da bazuca de Mario Draghi (no foto).

 

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Inflação negativa em 2014 sai abaixo das previsões oficiais

13/01/2015
Colocado por: Rui Peres Jorge

A inflação em Portugal caiu em 2014 pela segunda vez em 60 anos. O preço do petróleo foi decisivo, mas não é o único factor a pesar: bens alimentares não transformados também se destacam pelas quedas, nota José Miguel Moreira, do Montepio. Filipe Garcia, da IMF, alinha na previsão de que a inflação regressará a terreno positivo em 2015, ainda que de forma ténue, e nota que os valor de 2014 (-0,3%) fica abaixo das previsões institucionais do Governo (0%), Banco de Portugal (-0,1%), Comissão Europeia (0%) e FMI (0%).

 

Nota do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos gabinetes de estudos do Montepio, Millennium bcp, BPI, NECEP (Universidade Católica) e IMF, isto sem prejuízo de outras contribuições menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios trabalha e que agora fica também ao seu dispor.

 

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Confiança em máximos: os portugueses estão loucos?

06/01/2015
Colocado por: Rui Peres Jorge

A subida dos indicadores de confiança em Portugal parece ter sido interrompida nos últimos dois meses, mas permanece em máximos de 2008 no caso dos empresários, e de 2002 no caso do consumidores. Isto significa que as famílias e as empresas estão mais optimistas do que antes da crise, quando a dívida pública e o desemprego estavam pela metade (ou menos), quando o crédito fluía sem dificuldades, e os cenários de uma crise de financiamento externo eram tidos como absurdas. O que se passa então, os portugueses estão a ficar loucos?

 

Confiança

 

Consultámos e falámos com vários especialistas para tentar perceber o que se passa e publicámos hoje os resultados no Negócios. A resposta está naturalmente nos detalhes da construção destes indicadores e vale a pena conhecê-los. Por exemplo, devemos começar por ter presente que a confiança assim medida é fluxos e não um “stock”, ou seja, estes indicadores dizem-nos por exemplo que os portugueses podem estar melhor que no período anterior (e estarão por isso confiantes), mas ainda assim continuarem numa situação má (PIB baixo, desemprego e divida elevada).

 

Há no entanto outros elementos importantes que abonam a favor da sanidade mental dos inquiridos aos inquéritos do INE e explicam o desfasamento entre os indicadores de confiança e o estado da economia. Aqui ficam explicações de de Rui Bernardes Serra (Montepio), Paula Carvalho (BPI) e Wolfgang Munchau (excerto de um artigo no Financial Times).

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A economia grega que vai a eleições em 11 gráficos

30/12/2014
Colocado por: Rui Peres Jorge
New Democracy's Samaras Seeks Mandate From President Papoulias To Form New Greek Government

Antonis Samaras, líder da Nova Democracia (direita) e Alexis Tsipras, líder do Syriza, em 2012. Fonte: Petros Giannakouris, Bloomberg

 

Os gregos deverão escolher um novo governo a 25 de Janeiro. À frente nas sondagens (mas por pouco) vai o Syriza, de Alexis Tsipras, um partido de esquerda anti-austeridade e anti-troika. Em segundo lugar está a Nova Democracia, liderada por Antonis Samaras, o partido que desde 2012 (após vitória tangencial sobre o Syriza) conduz os destino gregos e as negociações com a troika de credores, recusando uma estratégia de choque com FMI, BCE e Comissão Europeia.

 

A Grécia foi o primeiro país da Zona Euro a ficar excluido dos mercados e a recorrer a um programa de assistência financeira da troika em Maio de 2010 – solicitado na altura pelos socialistas do PASOK, que ganharam as eleições de Outubro de 2009 para revelarem no final desse ano que, afinal, o défice orçamental grego desse ano não ficaria nos cerca de 6,7% projectados pela Comissão Europeia com base em dados do anterior governo, mas seria de 12,7% (foi de mais de 15% do PIB). A partir daí a crise saltou de nível e um ano e meio depois Portugal pedia o seu próprio resgate.

 

Cinco anos volvidos, contam-se vários  planos de austeridade, a maior reestruturação de dívida pública da história, muitas promessas e expectativas goradas entre duras negociações com a troika e uma economia colapsada. Os gregos vão a votos no final do mês, ainda sem um acesso aos mercados garantido, mas com a perspectiva de uma ligeira recuperação após o furacão. Aqui fica um retrato da economia grega nos últimos anos.

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Dentro da cabeça de Mario Draghi

04/12/2014
Colocado por: Rui Peres Jorge

Info_BCE_blogue

 

Esta semana publicámos no Negócios esta infografia que ajuda a perceber o que vai na cabeça dos governadores no Banco Central Europeu e de Mario Draghi, o presidente da instituição. Aqui fica uma leitura comentada que pode ser útil.

 

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