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Rui Peres Jorge

Sobre Rui Peres Jorge

Rui Peres Jorge é jornalista da secção de Economia do Negócios e editor do “massa monetária”. Começou no Semanário Económico em 2002. É mestre em Economia Monetária e Financeira pelo ISEG e pós-graduado em Contabilidade Pública, Finanças Públicas e Gestão Orçamental pelo IDEFE/ISEG, duas das suas áreas de especialização em jornalismo. Conta com cursos de formação em jornalismo económico na Universidade de Columbia em Nova Iorque (Citi Journalistic Excellence Award, 2009) e em jornalismo no Committee of Concerned Journalists em Washington (Bolsa da FLAD, 2010). Ganhou vários prémios na sua área de especialização. Lecciona a cadeira de Jornalismo Económico na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica. Nasceu em 1977 e vive em Lisboa.

A emigração prejudica Portugal

09/08/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

Edward Hugh tem-se destacado na análise da crise, não sendo uma das vozes mais optimistas. Só agora chegámos à análise que fez há umas semanas no “A Fistful of euros” sobre a situação portuguesa e onde apresenta os pontos fortes e fracos do ajustamento nacional, e defende de forma muito razoável que Portugal não deverá conseguir regressar aos mercados em Setembro de 2013. Mas uma das dimensões mais interessantes do “post” é a análise à importância dos factores demográficos para o (in)sucesso nacional e a crítica à posição do Governo de incentivar a emigração de cidadãos portugueses, isto num país com uma dinâmica demográfica desfavorável. Vale também a pena ler os comentários e o debate sobre se a análise é ou não demasiado pessimista. Uma boa oportunidade para perceber melhor como Portugal está a ser visto lá fora. Além disso estamos também a ler:

 

2. PRODUTIVIDADE – II. David Justino, no Quarta Republica, defende a importância da educação para aumentar a produtividade e aponta para um estudo sobre o tema aplicado ao Canadá.

 

3. More on manufacturing convergence. Dani Rodrik escreve sobre os resultados de investigação recente onde conclui que, apesar da ausência de convergência ao nível da produtividade nas economias como um todo, a produtividade nas indústrias dos vários países tendem de facto a convergir, isto independentemente as instituições, da geografia ou das políticas nacionais.

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Cronologias da Grande Recessão


Colocado por: Rui Peres Jorge

 

Passam hoje cinco anos sobre a data que ficará na história como o início de uma das maiores crises económicas e financeiras da história da humanidade: a 9 de Agosto de 2007 o BPN Paribas retirou de negociação três fundos por incapacidade de os valorizar num mercado onde a liquidez havia secado. O BCE tem nesse dia a sua primeira cedência de liquidez de emergência nesta crise. Foi acompanhado nos dias seguintes por vários bancos centrais. desde então muitas mais operações de estímulo e resgate tiveram lugar. A crise financeira começava em toda a sua força, mas ainda não se adivinhava o descalabro que aí vinha.

 

Cinco anos depois, escolhemos 25 datas que nos últimos cinco anos marcaram a Grande Recessão que continua e ameaça acabar com a Zona Euro. Podiam ser muitas mais. Aqui ficam a nossa escolha, algumas das melhores cronologias que encontrámos e o convite para propostas e debate sobre as datas mais relevantes desta crise.

 

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Draghi sobe a parada

07/08/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

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Apesar de ter desapontado os investidores na semana passada – ao ter colocado a compra de obrigações pelo BCE condicional a pedidos de assistência financeira à UE – Mario Draghi subiu a parada na crise europeia. Os próximos meses serão decisivos e o BCE deverá desempenhar um papel central. Apesar da desilusão dos investidores, a autoridade monetária prepara-se para desempenhar um papel  maior do que alguma vez se imaginou. A Der Spiegel explica como o BCE poderá usar a sua “bazooka”, num texto onde relata o debate dentro do próprio BCE, e onde conclui que a actuação de Frankfurt deverá ser mais gradual do que alguns pensaram (a revista alemã tem um infografia simples sobre a forma como o BCE poderá vir a actuar na compra de obrigações no mercado secundário). A The Economist, nos seus blogues Free Exchange e Charlemagne's notebook, também tenta explicar as dificuldades e riscos que o BCE e Draghi enfrentam, tando do ponto de vista técnico, como político. Além disso estamos também a ler:

 

2. The Point of Exclamation. Ben Yagoda, professor de inglês, escreve no New York Times sobre a forma como a escrita em formatos electrónicos mudou a forma como a pontuação é utilizada, de como um ponto final pode ser sarcástico ou sincero ou de como um ponto de exclamação é quase sempre necessário (fala mesmo de uma “inflação tipo weimar na exclamação”). Vale a pena ler!!

 

3. IMF Pushes Europe to Ease Greek Burden. O FMI quer uma nova reestruturação da dívida pública grega de forma a que o endividamento do Estado em 2020 seja de 100% do PIB, e não de 120% como acordado na última negociação em Fevereiro. Esta será uma condição para que o FMI liberte mais dinheiro em Setembro escreve o Wall Street Journal, que avança as váris formas propostas para que esse objectivo seja atingido.

 

4. Orderly sovereign debt restructuring: missing in action! Um recente estudo do Banco Mundial analisa as reestruturações de dívida nas últimas décadas, incluindo já o caso grego, e defende quais são as melhores condições para que medidas deste tipo tenham sucesso.

Pecados e virtudes da austeridade

19/07/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

Daniel Gros faz hoje uma crítica no Vox ao manifesto anti austeridade de Krugman/Layard, recebendo em troca uma resposta ácida de Simon Wren-Lewis. Gros pega no valor dos défices orçamentais e de crescimento do Reino Unido, EUA e Zona Euro e, perante a situação económica semelhante em que se encontram argumenta que a política orçamental não foi muito restritiva (nem muito importante) e não penalizou em exagero o crescimento. Defende ainda que “sem as medidas de consolidação a dívida pública tornar-se-ia insustentável”. Wren-Lewis responde que a lógica de comparação directa entre países feita por Gros é “é o tipo de exemplos que usamos para convencer os nossos alunos de que deveriam tirar uma cadeira de econometria”. Defende que a austeridade é recessiva e contraproducente, e só deveria acontecer quando o crescimento estiver consolidado. E no que diz respeito à sustentabilidade, as taxas de juros pedidas pelos investidores não corroboram a identificação desse risco. Além disto, também estamos a ler:

 

2. Tradable sectors in Eurozone periphery countries did not underperform in the 2000s. Guillaume Gaulier, Daria Taglioni, Vincent Vicard, do Banco Mundial e do Banco de França, defendem no Vox que os problema nos países do Sul não é (nem foi) falta de de competitividade no sector exportador. O problema foram excessos salariais nos não transaccionáveis, os quais ditaram aumentos de importações insustentáveis.

 

3. España podrá recurrir al dinero del rescate para la compra de deuda pública. O El País teve acesso aos memorandos do resgate espanhol. O dinheiro que receberão poderá até ser usado para comprar dívida pública em mercado secundário. Os documentos estão a ser discutidos nos parlamentos alemão, holandês e finladês, mas ão no espanhol, nota o jornal.

 

4. Analysis: Spain's leader could learn some lessons from Portugal. A Reuters diz que Portugal é muito melhor a comunicar com os mercados e a agradar à troika do que Espanha. Isso acontece em parte porque Pedro Passos Coelho “ganhou uma reputação de obdiência rigorosa à políticas lideradas pela Alemanha de duros cortes em gastos sociais”.  

 

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Inflação em queda lenta até final do ano

11/07/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

Inflação estabilizou nos 2,7%. A inflação está e continuará próxima dos 3% nos próximos meses, mas a expectativa de Miguel Moreira, do Montepio, é a de esta pressão sobre os preços seja temporária    

    

Nota do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos gabinetes de estudos do Montepio, Millennium bcp, BPI e NECEP (Universidade Católica), isto sem prejuízo de outras contribuições menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios trabalha e que agora fica também ao seu dispor.