Draghi sobe a parada

07/08/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

Apesar de ter desapontado os investidores na semana passada – ao ter colocado a compra de obrigações pelo BCE condicional a pedidos de assistência financeira à UE – Mario Draghi subiu a parada na crise europeia. Os próximos meses serão decisivos e o BCE deverá desempenhar um papel central. Apesar da desilusão dos investidores, a autoridade monetária prepara-se para desempenhar um papel  maior do que alguma vez se imaginou. A Der Spiegel explica como o BCE poderá usar a sua “bazooka”, num texto onde relata o debate dentro do próprio BCE, e onde conclui que a actuação de Frankfurt deverá ser mais gradual do que alguns pensaram (a revista alemã tem um infografia simples sobre a forma como o BCE poderá vir a actuar na compra de obrigações no mercado secundário). A The Economist, nos seus blogues Free Exchange e Charlemagne's notebook, também tenta explicar as dificuldades e riscos que o BCE e Draghi enfrentam, tando do ponto de vista técnico, como político. Além disso estamos também a ler:

 

2. The Point of Exclamation. Ben Yagoda, professor de inglês, escreve no New York Times sobre a forma como a escrita em formatos electrónicos mudou a forma como a pontuação é utilizada, de como um ponto final pode ser sarcástico ou sincero ou de como um ponto de exclamação é quase sempre necessário (fala mesmo de uma “inflação tipo weimar na exclamação”). Vale a pena ler!!

 

3. IMF Pushes Europe to Ease Greek Burden. O FMI quer uma nova reestruturação da dívida pública grega de forma a que o endividamento do Estado em 2020 seja de 100% do PIB, e não de 120% como acordado na última negociação em Fevereiro. Esta será uma condição para que o FMI liberte mais dinheiro em Setembro escreve o Wall Street Journal, que avança as váris formas propostas para que esse objectivo seja atingido.

 

4. Orderly sovereign debt restructuring: missing in action! Um recente estudo do Banco Mundial analisa as reestruturações de dívida nas últimas décadas, incluindo já o caso grego, e defende quais são as melhores condições para que medidas deste tipo tenham sucesso.

 

5. Libor: The Crime of the Century. Robert Scheer escreve na The Nation que a manipulação da Libor por vários bancos é o crime financeiro do século. “Esqueçam o Berni Madoff ou o Ken Lay da Enron (…)”

 

6. Do empobrecimento do Estado. Nos últimos 20 anos os lucros das empresas aumentaram 13 vezes, mas o IRC pago apenas foi multiplicado por três – esta é uma das ideias que Nuno Serra, dos Ladrões de Bicicletas, destaca de um recente trabalho de João Ramos de Almeida no Público.

 

7. Why Romney's right. As declarações de Mitt Romney sobre a forma como as diferenças culturais entre Israel e a Palestina explicam o sucesso económico israelita causaram polémica. Chris Dillow diz não querer entrar na polémica, mas defende, citando vários estudos: a cultura faz mesmo diferença para o desempenho económico. 

Rui Peres Jorge