Crédito: Pedro Elias
Cavaco Silva prepara-se para ser reeleito para a Presidência da República. As sondagens não deixam grande margem para dúvidas e a vitória começa a desenhar-se com contornos cada vez mais nítidos. Sem contestar o favoritismo óbvio, vale a pena questionar, contudo, o seu desempenho eleitoral enquanto candidato à Presidência da República.
Tal como recorda a edição de hoje do jornal Público, há cinco anos, Cavaco Silva venceu com 50,5% dos votos, a percentagem mais baixa desde 1976. Eanes (1976) e Sampaio (1996) venceram, à primeira volta com, 61,59% e 53,91%. Apenas Freitas do Amaral teve um resultado inferior (46,3%) nas renhidas eleições de 1986, o que acabou por lhe custar a derrota na segunda volta, com os votos da esquerda a garantirem a vitória a Soares (51,18%).
E nas candidaturas ao segundo mandato, os então presidentes conseguiram sempre vantagens consideráveis: Eanes garantiu 56,44% dos votos em 1980; Soares 70,35%, em 1991; e Sampaio 55,6%, em 2001.
Assim, no próximo domingo, Cavaco tem pela frente duas fasquias: se saltar os 50%, poderá, com toda a legitimidade, cantar vitória; mas só acima dos 55% é que poderá embandeirar em arco.
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