Arquivo mensal: Março 2012

O que acontece se a Grécia sair do euro?

20/03/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

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Evangelos Venizelos, aqui ainda ministro das Finanças da Grécia num Ecofin em Bruxelas, cargo que deixou esta semana para liderar o PASOK Fonte: Jock Fistick/Bloomberg 

 

Sucedem-se os exercícios de análise aos impactos de uma possível saída da Grécia da Zona Euro. O FMI justificou o seu apoio financeiro no segundo resgate grego com os efeitos que uma saída da Grécia da Zona Euro poderia ter, tendo concretizado os impactos no último relatório sobre o país: corte abrupto do financiamento e da actividade económica, inflação imediata, o que conduziria a uma queda do PIB superior a 10% no ano, e uma contracção da consumo privado ainda superior. Aumentos de salários para compensar os preços também mitigariam as melhorias na competitividade externa decorrentes da desvalorização. Os economistas da instituição continuam: o peso da dívida detida por estrangeiros iria disparar tornando inevitáveis defaults público e privados e os efeitos sobre os outros países fracos do euro seriam graves (Pedro Braz Teixeira chama a atenção para este último ponto e para instabilidade política na Grécia). No VOX, Miranda Xafa, consultora e ex-quadro do FMI, também desaconselha a saída da Grécia do Euro: “A Grécia continuaria a ser o país mais regulado na OCDE e o regresso ao dracma só acrescentaria ao peso da dívida”, escreve. Ainda no VOX surge uma outra proposta que pretende forçar os gregos a poupar e a comprar dívida pública do seu país. Além disso estamos também a ler:

 

2. Consolidação orçamental não garante reduções no rácio da dívida pública, dizem Gianluca Cafiso e Roberto Cellini (VOX)

 

3. Cortes salariais e austeridade vão piorar a crise do euro, por Corrado Andini e Ricardo Cabral (IZA)

 

4.  Ben Bernanke, o vilão – um perfil de Ben Bernanke por Roger Lownstein (The Atlantic)

Portugal recebe atenção

19/03/2012
Colocado por: Rui Peres Jorge

O roadshow que Vítor Gaspar fará pelos EUA nos próximos dias (depois de já ter visitado a Alemanha) é sem dúvida oportuno. Como é evidente, após a reestruturação grega, os olhos do mundo estarão agora postos em Portugal. Exemplos: Edward Hugh no A fistfull full of euros faz uma boa análise da situação nacional. Mohamed El-Erian, o presidente de um dos maiores fundo de investimento do mundo, afirmou no fim de semana não ter dúvidas que Portugal terá o mesmo destino da Grécia. O The Guardian dava esta manhã destaque de topo de página no minuto a minuto da secção de economia a Portugal, incluindo a intervenção de Gaspar no Peterson Institute.

 

2. Um plano de curso de economia política após a crise (Dani Rodrik)

 

3. A relação entre dívida e crescimento não é tão simples como parece (Noahpinion)

 

4. E se a grande recessão nos deixou mais pobres para sempre (The Atlantic)

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Totonegócio: Onde é que está o gato?

16/03/2012
Colocado por: Filomena Lanca

Ontem, num volte-face inesperado, a Federação Portuguesa de Futebol veio anunciar ao País que vai assumir uma dívida de 13 milhões de euros dos clubes de futebol, correspondente à segunda tranche do Totonegócio, apurada no final de 2010 e já em execução fiscal.O que a levou a passar uma borracha sobre todos os argumentos que vem, há vários anos, a esgrimir em tribunal?

Fiscal Compact aos olhos do BCE


Colocado por: Pedro Romano

O Boletim Económico do BCE deste mês traz uma caixa de análise do Tratado Orçamental, assinado há duas semanas pelos líderes europeus. Os pontos enfatizados por Frankfurt são:

 

i) Regra de equilíbrio orçamental

 

ii) Convergência obrigatória para os objectivos de médio prazo

 

iii) Cláusula de salvaguarda para permitir desvios temporários

 

iv) Mecanismo de correcção automática de desvios

 

v) Penalizações de 0,1% do PIB (multa)

 

vi) Regra de redução da dívida anual (1/20 do valor acima dos 60%)

 

vii) Transposição das normas para quadro legal interno

 

8) Submissão à Comissão dos planos de emissão de dívida

 

O BCE clarifica também a fórmula de cálculo do saldo estrutural, que promete causar fricção. A metodologia (seguida pela Comissão Europeia e aparentemente pela OCDE) é a seguinte:

 

i) Estimar o hiato do PIB face ao PIB potencial através de uma função de produção;

 

ii) Calcular a sensibilidade do saldo ao PIB; o cálculo é refeito apenas uma vez a cada cinco anos e leva em conta:

 

ii.i) Elasticidade dos impostos, contribuições sociais e subsídios de desemprego em relação ao PIB;

 

ii.ii) Elasticidade destas rubricas a componentes específicas do PIB (salários, lucros). As elasticidades tendem a aproximar-se da unidade

 

A caixa tem ainda uma explicação sucinta dos problemas que esta medida tem. Os interessados podem consultar as páginas 101-105 do Boletim.

 

Os europeus não sabem ‘bloggar’


Colocado por: Pedro Romano

O Bruegel não tem dúvidas: europeans can't blog. O termo de comparação são os blogues americanos, que têm gerado um debate aceso (Naked Capitalism, The Conscience of a Liberal, Noahopinion, entre outros) e inclusivamente trazido figuras de topo para a discussão. O contraste com a Europa é óbvio. O Bruegel dá o conselho: os europeus deviam escrever mais em inglês, a língua franca da economia. Além disso, também estamos a ler:

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