Portugal voltou a crescer como antigamente?

04/06/2015
Colocado por: Nuno Aguiar

O Negócios publicou hoje um trabalho sobre a possibilidade de regresso de alguns dos “vícios” que caracterizaram o crescimento da economia portuguesa no período pré-crise. Perante o aumento do investimento em construção, o disparar do consumo privado e do crédito às famílias, assim como o avanço das importações, estará Portugal a regressar ao seu crescimento tradicional? Contactados por nós, três economistas explicaram  por que não estão preocupados. Seguem em baixo as suas respostas completas às nossas perguntas.

 

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Investimento dá alento à recuperação

29/05/2015
Colocado por: Rui Peres Jorge

construção

 

O Produto Interno Bruto (PIB) português cresceu 1,5% no primeiro trimestre de 2015, com um desempenho positivo do investimento. Os economistas da Universidade Católica identificam uma “sinal robusto de recuperação do investimento”. Paula Carvalho do BPI fala em “evolução muito positiva”. Filipe Garcia da IMF diz que “não se deve menosprezar o desempenho do sector exportador”. E José Miguel Moreira espera uma aceleração da actividade económica no resto do ano. Previsões de crescimento para 2015 estão agora entre 1,5% e 2%.

 

Nota do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos gabinetes de estudos do Montepio, Millennium bcp, BPI, NECEP (Universidade Católica) e IMF, isto sem prejuízo de outras contribuições menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios trabalha e que agora fica também ao seu dispor.

 

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As pessoas só lêem 2,4% do livro de Piketty (mais coisa menos coisa)

20/05/2015
Colocado por: Nuno Aguiar
E vocês, leram todas as páginas do livro de Thomas Piketty?

E vocês, leram todas as páginas do livro de Thomas Piketty?

 

“O Capital no Século XXI” foi um sucesso de vendas, mas de certeza que já se perguntou quantas pessoas leram todas as 700 páginas do livro? A resposta é: muito poucas. Grande parte dos leitores parece nem sequer passar das primeiras páginas.

 

As contas são feitas por Jordan Ellenberg, um professor de matemática, que desenvolveu um indicador intitulado “Índice Hawking”, em homenagem a Stephen Hawking, físico popstar e autor do que muitos dizem ser o livro menos lido de sempre, “Uma Breve História do Tempo”. Isto é, muitos compraram, mas poucos leram mais do que um par de páginas.

 

Como é que é feito este exercício? As páginas da versão Kindle de todos os livros apresentam sempre a lista de cinco passagens mais “destacadas” pelos leitores da versão electrónica de cada obra. Ellenberg utiliza essa ferramenta da Amazon, partindo do princípio que, em média, as citações deveriam estar distribuídas ao longo do livro. “Se cada leitor chegar ao fim, esses destaques podem estar espalhados ao longo do livro. Se ninguém passar da introdução, os destaques mais populares estarão concentrados no início”, escreve o matemático.

 

Portanto, o método passa por pegar nos números das páginas dos cinco principais destaques do livro, calcular a média e dividi-la pelo número total de páginas da obra. A lógica é que quanto mais alto for este rácio, mais o livro foi lido. “Aviso: isto não é minimamente científico e serve apenas como entretenimento!”, avisa Ellenberg.

 

Aceitamos o aviso, mas avançamos por nossa conta e risco. O potencial de conclusões é demasiado delicioso. Nesse exercício, o livro de Thomas Piketty, “O Capital no Século XXI” tem uma classificação terrível, com a média dos destaques a ir apenas até 2,4% do livro (mais ou menos 17 páginas).“The Goldfinch”, de Donna Tartt atinge um valor de 98,5%. “As Cinquenta Sombras de Grey”? 25,9%.

 

Mas não se pense que Piketty está sozinho no registo de valores desoladores. Com ele estão as memórias de Hillary Clinton, com 2,04% (“Hard Choices”), as memórias do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com 2,78% (“Promises do Keep”). Barack Obama está um pouco melhor. “Dreams from My Father” apresenta um rácio de 17,94%.

 

Claro que classificações mais baixas podem dever-se ao facto de as passagens mais “citáveis” e interessantes estarem concentradas no início do livro ou ao facto de os leitores se sentirem mais motivados para destacar passagens do livro quando o começam a ler, desistindo progressivamente ao longo da leitura, principalmente se ela for longa. No caso de Piketty, outro factor provoca ruído: o livro tinha saído há três meses quando a primeira avaliação foi feita.

 

Cinismos à parte, 1,5 milhões de pessoas terem comprado um livro de 700 páginas sobre evolução histórica da desigualdade já é um feito impressionante. Lerem-no todo já podia ser pedir demais.

 

 

“Desvalorização fiscal”, anatomia de um falhanço, segundo o FMI

19/05/2015
Colocado por: Rui Peres Jorge

O Fundo Monetário Internacional (FMI) publica no seu relatório anual um balanço das reformas estruturais dos últimos anos. Nela inclui um um inquérito às empresas portuguesas sobre o impacto das reformas (cujos resultados o Negócios avançou em primeira mão em Abril – apenas para assinantes) e analisa, entre outros elementos, o impacto nos custos de importação e exportação por via marítima das reformas nos portos (aparentemente as estimativas de reduções de custos oscilam entre os 2% e os 16% ….) e as razões do falhanço da desvalorização fiscal…

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Casar? Só depois de viver junto

30/04/2015
Colocado por: Manuel Esteves

A obrigação dos jovens se casarem antes de viverem juntos já passou à história? Sim, mas é uma história recente. Em 60,8% dos casamentos realizados em 2009 os nubentes viviam separados e só 39,2% partilharam o mesmo tecto antes de casar.

 

Mas muito mudou em apenas cinco anos. Em 2014, pela primeira vez, houve mais casamentos entre noivos que já viviam juntos do que o contrário. Segundo revelou esta quinta-feira o INE, em 51,7% dos casamentos os nubentes “já possuíam residência anterior comum”. O gráfico em baixo é bastante claro.

 

Outro dado interessante diz respeito ao nascimento de crianças fora do casamento. Em 2009, a percentagem de nados vivos nascidos fora do casamento era de 38,1%, percentagem que passou para 49,3%. A manter-se este ritmo é muito provável que nos próximos dois anos os nados vivos com pais casados se tornem uma minoria.

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