Multiplicador errado, recessão à porta
Fonte: João Miguel Rodrigues/Negócios
Qual será o impacto da consolidação orçamental sobre o crescimento do
próximo ano? Esta é uma das perguntas de ouro do OE2014 – se por acaso a
economia não crescer será difícil dissociar essa evolução do choque de
austeridade proposto no documento. A resposta não é fácil, mas vale a
pena perceber os riscos. Se o multiplicador orçamental (que mede o
impacto da austeridade no PIB) for o até agora deefendido pelo Governo e
pal Comissão Europeia, a economia portuguesa crescerá. Se pelo
contrário for maior como avisam várias estudos do FMI e Banco de
Portugal, então a recessão prolongar-se-á para 2014. E com ela o
objectivo de défice falhará, o desemprego chegará aos 18% e dívida
pública continuará a crescer.
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Afinal, o que é que muda no IMI em 2014?
Sem renovação da clausula especial de salvaguarda, a generalidade dos proprietários vai suportar o IMI pela totalidade a partir do próximo ano. Isso, no entanto, apenas se reflectirá na factura que chegará aos contribuintes em 2015, uma vez que o pagamento do IMI é sempre feito com referência ao ano anterior. Se dúvidas havia quanto a isto, dissiparam-se quando foi conhecida a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2014. Já a salvaguarda para contribuintes de baixos recursos financeiros, mantém-se até porque a lei não lhe estipula qualquer limitação no tempo.
Descubra as diferenças da bandeira portuguesa no México
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Que a situação em Portugal é de crise já todos sabemos, assim como
sabemos que os tempos para a diplomacia portuguesa já estiveram melhores
dias. O que não se esperava é que tudo isto se pudesse reflectir nas
bandeiras que acompanham as intervenções do primeiro-ministro no
estrangeiro.
Dívida pública só baixa com a ajuda da Segurança Social
Como avançamos hoje no Negócios, o Governo já apresentou à comunidade de
investidores as linhas centrais do OE – tal como definidas na avaliação
com a troika que terminou no início do mês – usando para isso uma nota do IGCP que resume o essencial dos planos do Executivo na frente orçamental e macroeconómica. Uma mensagens importantes é a queda do “stock” de dívida pública em 2014. Este resultado é conseguido por uma alteração não explicada da política de compras de dívida pela Segurança Social.
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O que vai acontecer ao défice externo quando a economia recuperar?
Dependência da exportações de combustíveis pode ser enganador. Fonte: Bloomberg
Um aviso prévio: não tenho resposta para a pergunta do título. Mas a
existência da questão já é motivo de debate. Os muito elogiados avanços
conseguidos nos últimos anos no equilíbrio da balança corrente
portuguesa têm sido conseguidos através do crescimento das exportações,
mas também de uma queda acentuada das importações, esta última motivada
pela depressão do mercado interno. Alguns economistas têm alertado para
um possível retrocesso nesses progressos assim que o consumo e o
investimento voltarem a mexer o dedo do pé e a economia recuperar.