Investimento anima, consumo público alarma

11/03/2014
Colocado por: Rui Peres Jorge

A economia portuguesa cresceu 1,7% em termos homólogos no último trimestre do ano.
Filipe Garcia, da Informação de Mercados Financeiros, diz que são bons
resultados e evidencia o desempenho positivo do investimento. A equipa
de economistas do NECEP, da Universidade Católica, considera o regresso
do crescimento do investimento como a melhor notícia dos dados
divulgados pelo INE. Paula Carvalho, do BPI, e José Miguel Moreira do
Montepio destacam além do investimento, o bom desempenho das
exportações, como o economista do Montepio a salientar que há sinais
animadores quanto à sustentabilidade da recuperação do investimento. Vários economistas evidenciam também o aumento do consumo público, o qual é
influenciado pelo aumento do número de horas trabalhadas no Estado de 35
para 40 horas. Ainda assim fica o aviso: se o consumo estiver a
aumentar por outras razões, o objectivo de défice será mais difícil de
cumprir.

 

Nota
do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do
Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos
gabinetes de estudos do Montepio, Millennium bcp, BPI, NECEP
(Universidade Católica) e IMF, isto sem prejuízo de outras contribuições
menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios
trabalha e que agora fica também ao seu dispor.
  

 

 

BCE versus FMI e os receios da deflação

06/03/2014
Colocado por: Rui Peres Jorge

 

Perante uma inflação homóloga de 0,8% na região, o cenário de quatro anos afastado da sua meta de inflação “abaixo, mas próximo de 2%”, e uma taxa de desemprego nos 12% – quase o dobro da norte-americana – o BCE optou ontem por não tomar qualquer medidas de estímulo monetário adicional. O argumento central do BCE é o de que está em curso apenas um processo natural de ajustamento de preços no rescaldo de uma das maiores crises financeiras da história, o qual tem sido influenciado por alguns factores externos temporários, pelo que não se justifica uma actuação mais enérgica.

 

As opções em Frankfurt contrariam no entanto um número cada vez mais visível de especialistas que vêm avisando para os riscos quer de deflação, quer de inflação muito baixa por um longo período de tempo na Zona Euro. Ontem o tema voltou a marcar a reunião mensal do BCE. Draghi teve de responder a um “post” publicado esta semana por economistas do FMI – incluindo o director do departamento Europeu – que defendiam a urgência do BCE actuar, e explicar a uma jornalista japonesa, que acompanha o Banco de Japão há 15 anos, que lições é que o BCE tira deflação nipónica e porque que não actua de forma preventiva contra risco de deflação.

 

Dada a importância desta questão, em especial para os países da chamada periferia da Zona Euro, vale a pena recuperar argumentos e contra-argumentos.

O pré-crise, o pós-troika e o cautelar

21/02/2014
Colocado por: Rui Peres Jorge

 

Chefes de missão ad troika: Subir Lall, do FMI, e Rasmus Ruffer, do BCE Fonte: Negócios

 

O debate sobre o recurso de Portugal a um programa cautelar tem
animado os últimas semanas e assim deverá continuar, pois o Governo
garante que não tomará qualquer decisão até Abril. O último contributo
para o debate nacional chegou do “think-tank” europeu Bruegel que
reconheceu sinais positivos na economia e nos mercados, mas defendeu que
ainda assim o País deve recorrer a um programa cautelar, como avançou o Negócios na quinta-feira.
Os economistas sustentam a sua posição em dois argumentos: por um lado,
Portugal precisa de continuar a implementar reformas que promovam o
crescimento económico, e para isso o enquadramento de um programa da
troika pode ajudar; por outro, a situação nacional é frágil que não faz
sentido arriscar perder a confiança dos investidores enquanto a
incerteza sobre a retoma e sobre o futuro permanece elevada. “A economia
portuguesa permanecerá frágil e vulnerável a potenciais choques por
algum tempo”, avisam.

 

Para evidenciarem a fragilidade nacional, os economistas comparam
vários indicadores macroeconómicos do Portugal “pré-crise” com o
Portugal “pós-troika”. Aproveitámos esse trabalho e juntámos-lhe a
posição de investimento internacional. Os que se opõem a um programa
cautelar apoiam-se na ideia de que os mercados querem saber mais das
dinâmicas (dívida e défices em queda) do que dos níveis (muito elevados
que permanecem). Ainda assim, é difícil ficar descansado com a
comparação que se segue.

Contando as palavras da Comissão


Colocado por: Rui Peres Jorge

Hoje escrevemos na edição em papel que nas 1.081 páginas de
relatórios de avaliação da Comissão Europeia (do programa inicial à nona
revisão) não aparecem referidas uma única vez as palavras “pobreza” ou
“desigualdade”. No outro extremo do “ranking” estão as palavras
“orçamental” (que em média surge quase uma vez por página),
“emprego” ou “desemprego” (duas vezes em cada três páginas) e “reforma”
(uma vez por cada três páginas). As contas são do Bruegel, um “think
tank” de Bruxelas, que analisou os
vários relatórios da Comissão Europeia num estudo que fez para o
Parlamento Europeu
e que o Negócios avançou na quinta-feira.
O trabalho de análise quantitativa de palavras não se ficou por aqui.
Os economistas foram por exemplo à procura da frequência de utilização
dos termos “reformas estruturais” e “ajustamento orçamental”. Os
resultados contam mais um pouco da história do programa de ajustamento
português, como mostra o gráfico abaixo:

 

Actividade económica surpreende no quarto trimestre de 2013

14/02/2014
Colocado por: Nuno Aguiar

O INE publicou esta manhã a variação do PIB para o quarto trimestre de 2013, apresentando o primeiro crescimento homólogo desde o final de 2010
(1,6%). Filipe Garcia, do IMF, nota que é “um número positivo”, mas
lembra que o PIB está ainda 6,7% abaixo do “pico” pré-crise. Já Paula
Carvalho, economista-chefe do BPI, antecipa que este resultado terá
impacto em 2014, tanto no crescimento como no défice.

 

Nota
do editor: No “Reacção dos Economistas” pode ler, sem edição do
Negócios, a análise aos principais indicadores económicos pelos
gabinetes de estudos do Montepio, Millennium bcp, BPI, NECEP
(Universidade Católica) e IMF, isto sem prejuízo de outras contribuições
menos regulares. Esta é parte da “matéria-prima” com que o Negócios
trabalha e que agora fica também ao seu dispor.