O BPN pode esperar

25/01/2011
Colocado por: Filomena Lanca

A primeira sessão foi a 19 de Dezembro, a poucos dias do Natal, e já ninguém esperava que representasse efectivamente o arranque do julgamento. Não representou. Oliveira Costa e os outros 15 arguidos passaram uma manhã no Tribunal mas pouco mais fizeram do que identificar-se e ouvir o juiz presidente do colectivo a avisar desde logo que o julgamento será demorado, que há muitas testemunhas, o caso é complexo e os mesmos magistrados têm outros processos em mãos, alguns tão complexos como este.

 

A segunda sessão, marcada para 19 de Janeiro, foi adiada. Para 23, um dia depois de estarem resolvidas as eleições presidenciais. Soube-se mais tarde que a explicação foi a ausência de uma sala digna, onde não faltassem lugares para os advogados dos arguidos e os jornalistas não se vissem obrigados a permanecer de pé durante longas horas, por falta de lugares sentados.

 

 Hoje, finalmente, uma nova sessão. E um novo adiamento. Em vez de continuar amanhã, como inicialmente previsto, o julgamento só retomará a 9 de Fevereiro. Mais uma vez justificado por problemas logísticos: só nessa altura estará disponível a sala grande do Campus de Justiça de Lisboa. A única sala capaz de acolher um julgamento com a dimensão e o mediatismo deste.

 

 Entretanto, aquele a que foi já referido como o processo “Casa Pia da Banca” arrasta-se ainda antes de o julgamento começar em pleno. O Ministério da Justiça paga qualquer coisa como doze milhões de euros por ano de renda pelas novas instalações do Campus da Justiça de Lisboa, mas arrisca-se a ver o processo BPN recambiado para o antigo Tribunal de Monsanto, único sitio onde ainda há espaço para este tipo de audiências.

Filomena Lanca