Devem os economistas ter um código de conduta?

18/01/2011
Colocado por: Manuel Esteves

A questão esteve em cima da mesa no último encontro da maior associação de economistas norte-americanos – a American Economic Association – em Denver, nos Estados Unidos, realizado há cerca de uma semana e meia.

 

O debate reacendeu-se com o deflagrar da crise financeira internacional e perante a manifesta incapacidade de muitos economistas e analistas identificarem e denunciarem, atempadamente, os excessos do sector bancário. Muitos apontam hoje as ligações e interesses profissionais dos economistas como a principal explicação do seu silêncio e “desatenção”.

 

Mas se, por um lado, é relativamente consensual que as ligações dos economistas a sectores económicos, governos ou organizações podem interferir na sua actividade académica e nas suas posições públicas; por outro lado, nem todos concordam que a melhor forma de ultrapassar este conflito de interesse passe pela adopção de um código de conduta.

 

Menos dúvidas parecem ter os leitores da revista The Economist, que recentemente animou um debate no seu site sobre este tema. Dos 1120 votos expressos, só 21% se manifestaram contra a existência de um código de conduta para os economistas.

 

Tiago Mata, investigador na Universidade de Duke (EUA) esteve no encontro de economistas em Denver e escreve hoje no Negócios o que ouviu e o que pensa sobre este assunto.

Manuel Esteves