As previsões do Governo e a bruxaria
O primeiro-ministro português, Passos Coelho. Fonte: DR
Enquanto a Comissão Europeia se dedica a analisar a qualidade das suas previsões – melhores que as do FMI mas piores do que as da OCDE,
Passos Coelho desvalorizou, no último debate quinzenal, as do seu
próprio Governo. Mas nem sempre é assim. Nos últimos dias o
primeiro-ministro desvalorizou-as quando estiveram erradas, mas
destacou-as quando nelas se vê uma convergência com as do Executivo.
Os erros dos homens da OCDE nos cortes na Saúde
Angel Gurria, o secretário geral da OCDE, em Davos Fonte: Scott Eells / Bloomberg
“Portugal cortou na saúde o dobro do que acordou com a troika”. A
mensagem tem sido difundida por vários órgãos de comunicação social nos
últimos dias, que citam um relatório da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE). O Ministério da Saúde já veio
desmentir, mas a ideia continua a circular. Afinal, de onde tirou a OCDE
os 11% de redução da despesa com saúde em Portugal? Este é um de dois erros relevantes de um recente artigo publicado pela instituição sobre a situação financeira do sistema de Saúde em Portugal – isto num momento que foi chamada pelo Governo para aconselhar na reforma do Estado.
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Portugal candidato a mais um ano de troika
Os
dois homens fortes do euro: Mario Draghi, presidente do BCE, e Olli
Rehn, comissário europeu dos assuntos económicos e financeiros, em
conferência de imprensa em Tóquio Fonte: Bloomberg
Um dos principais desenvolvimentos na estratégia europeia anti-crise com impacto em Portugal (na minha opinião
a principal notícia da semana passada) foi uma pequena frase de Olli
Rehn que abriu a porta a um novo programa de assistência da troika (de
curto prazo e mais ligeiro) para facilitar o regresso do País aos
mercados de capitais quando, após Junho de 2014, e se tudo correr bem,
passar a depender exclusivamente de financiamento de mercado.
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Recados à Justiça em duas horas de discursos
Cavaco Silva, ontem, a discursar na abertura solene do ano judicial Fonte: Bruno Simão / Negócios
Cinco discursos, muitos recados, alguns cruzados, outros cifrados, um
ou outro com destinatários muito bem definidos e identificados. O salão
nobre do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) recebeu os mais altos
representantes da Justiça que, como todos os anos, deram como
oficialmente aberto mais um ano judicial, apesar de este, na prática, já
ter começado em Setembro passado, depois das férias judiciais, que é
quando, na prática, o calendário se cumpre. Presidente da República,
ministra da Justiça, Procuradora-geral da República, presidente do STJ e
bastonário da Ordem dos Advogados discursaram durante quase duas horas
perante uma plateia de gente ligada aos tribunais e num momento em que a
austeridade provoca uma onde de indignação mais ou menos transversal
entre os operadores judiciais. A crise, essa esteve presente em todos os
discursos.
Já decidiu se quer duodécimos? Hoje é o último dia. Os argumentos a favor e contra
Os trabalhadores do sector privado têm até segunda-feira para decidir se pretendem receber metade dos subsídios de férias e de Natal em duodécimos, ao longo deste ano. As empresas não são obrigadas a perguntar. E se os trabalhadores nada disserem o pagamento em duodécimos torna-se obrigatório. Por isso, se ainda não o fez, é melhor começar a pensar sobre o que vai decidir. Aqui ficam alguns argumentos a favor e contra.