Prever a economia e os mercados a partir da internet
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O mundo muda muito depressa, habituámo-nos a ouvir. E de facto muda tão depressa que quem já não sentiu que muitos dos indicadores económicos que são publicados chegam atrasados. Como se podem tomar decisões com dados que dizem respeito a semanas, por vezes meses antes? Os institutos de estatística tentam fazer o seu melhor. Os investidores procuram cada sinal. E os investigadores pesquisam novas medidas. E é nessa frente que a internet pode ajudar. Escreve Rebecca Hellerstein da Fed de Nova Iorque: “Recent academic research suggests that counts of Internet searches for certain words or phrases can predict some macroeconomic data releases. In this post, we show that Internet search counts can also predict some financial market data releases, as well as future price movements in some financial markets”. Além disto, estamos também a ler:
2. Alguém diga aos alemães: a compra de obrigações não cria inflação (The Business Insider)
3. Nada mau… grandes bancos norte-americanos a caminho de um aumento de lucro de 57% em 2012 (The Big Picture)
4. A crise e blogosfera abrem a porta às correntes heterodoxas da economia (The Economist)
A dívida pública não interessa
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Os números do ano (e da década)
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O Pai Natal desperdiça muito dinheiro
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Rua de Paris com iluminações de Natal Fonte: Fabrice Dimier/Bloomberg
Até 30% e uma média de 10 mil milhões de euros por ano será o valor financeiro do desperdício, só nos EUA, das prendas oferecidas no Natal. Acreditando em resultados publicados já no inicio dos anos 90, “o Pai Natal desperdiça muito dinheiro”. Como? Através das volumosas perdas que podem resultar das trocas de prendas em época natalícia. Sendo mais preciso, do desperdício resultante de muitos presentes serem pouco valorizados por quem os recebe. E quem já não recebeu (vários) presentes inúteis?
Pedro Rodrigues no 10envolver já referiu o artigo seminal sobre o “peso morto do Natal” (carga excedente, no termo económico) publicado em 1993 por Joel Waldfogel: o economista diz que o facto de muitas prendas não serem valorizadas por quem as recebe ao preço pago por quem as comprou significa que há um desperdício que pode variar entre 10% e 33% do valor gasto em presentes (mais recentemente Waldfogel coloca este desperdício nos 16% ou 10 mil milhões de dólares por ano).
Os resultados têm alimentado debate, artigos em jornais e críticas na comunidade académica. Em Dezembro de 1998 (John List e Jason Shogren também na American Economic Review) analisam resultados conflituantes com os de Waldfogel, para lhe dar razão sobre a existência de um desperdício nas prendas, embora de menor dimensão. E em Março de 2000, também na AER Bradley Ruffle e Orit Tykocinsky dedicam-se às complexas questões metodológicas associadas a estes estudos. Para quem quiser ter a certeza que não contribui para despredicios, o mais simples, pelo menos para as pessoas que não conhece, será oferecer dinheiro. Além disto, estamos também a ler:
2. Krugman explica a Lucas a equivalência ricardiana (The Conscience of a Liberal)
3. E Stephen Williamson explica porque Krugman está errado nas críticas a Lucas (Stephen Williamson)
Quer dinheiro? Vá ao BCE
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Estátua com símbolo de euro em frente ao BCE em Frankfurt Fonte: Hannelore Foerster/Bloomberg
Foi isso mesmo que os bancos europeus fizeram esta manhã (e que os governos gostariam muito de fazer). Hoje mais de cinco centrenas de bancos pediram emprestado ao BCE uma quantidade recorde de dinheiro no primeiro de dois empréstimos a três anos: 489 mil milhões de euros, muito acima dos cerca de 300 mil milhões de esperados em média no mercado. “BCE inunda mercado“, escreveu o El País, que antes já havia explicado como estes empréstimos do BCE baixaram os juros de curto prazo na periferia (em Espanha cairam de cerca de 5% para cerca de 2%) e como poderão reduzir o risco de liquidez na banca durante 2012 e 2013. Os economistas do Royal Bank of Scotland enviaram uma nota a clientes explicando a operação: 523 bancos pediram 489 mil milhões de euros, dos quais 61% servirão para refinanciar empréstimos de prazos mais curtos. Sobram 191 mil milhões de liquidez adicional. Para o RBS, a “questão chave” será saber se “esta nova liquidez de cerca de 200 mil milhões de euros será usada para comprar obrigações, emprestar dinheiro à economia ou para amortizar obrigações que chegam à maturidade”. Da análise conclui-se que não esperam muito mais destas operações do que a garantia que não há um desastre bancário por falta de liquidez no sistema. Além disso estamos também a ler:
2) Em Inglaterra há unanimidade no banco central sobre a necessidade de continuar a comprar obrigações (Bloomberg)
3) A estratégia da Fed pode estar a funcionar (Bloomberg)