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Rui Peres Jorge

Sobre Rui Peres Jorge

Rui Peres Jorge é jornalista da secção de Economia do Negócios e editor do “massa monetária”. Começou no Semanário Económico em 2002. É mestre em Economia Monetária e Financeira pelo ISEG e pós-graduado em Contabilidade Pública, Finanças Públicas e Gestão Orçamental pelo IDEFE/ISEG, duas das suas áreas de especialização em jornalismo. Conta com cursos de formação em jornalismo económico na Universidade de Columbia em Nova Iorque (Citi Journalistic Excellence Award, 2009) e em jornalismo no Committee of Concerned Journalists em Washington (Bolsa da FLAD, 2010). Ganhou vários prémios na sua área de especialização. Lecciona a cadeira de Jornalismo Económico na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica. Nasceu em 1977 e vive em Lisboa.

O notável discurso de Mario Draghi

25/08/2014
Colocado por: Rui Peres Jorge

O Presidente do BCE parece ter uma predilecção por fazer discursos importantes fora de Frankfurt, no Verão, e em grandes palcos internacionais. Em Julho de 2012 foi a Londres garantir que o BCE estava disposto a “fazer o que for preciso” para salvar o euro, e acabou por definir um ponto de viragem na crise da Zona Euro. Este ano, na sexta-feira, foi a Jackson Hole, em Wyoming, nos EUA, soar os alarmes sobre a necessidade de estimular a procura agregada na Zona Euro, referindo a importância de uma política orçamental menos restritiva a par de uma política monetária expansionista para combater o elevado desemprego e fugir à deflação.

 

O impacto do discurso de Draghi pode ser medido pela quantidade de reacções que gerou e que Jérémie Cohen-Setton sintetiza bem nesta volta pelas publicações e blogues internacionais. Pela importância do texto vale a pena destacar as principais passagens e ideias.

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Estudo do BCE volta a apontar vantagens de uma desvalorização fiscal


Colocado por: Rui Peres Jorge
Os primeiros chefes de missão da troika em 2011: Rasmus Ruffer (BCE), Juergen Kroeger (Comissão) e Poul Thomsen (FMI). A desvalorização fiscal foi uma da primeiras e principais prescrições do programa de ajustamento.

Os primeiros chefes de missão da troika em 2011: Rasmus Ruffer (BCE), Juergen Kroeger (Comissão) e Poul Thomsen (FMI). A desvalorização fiscal foi uma das primeiras e principais prescrições do programa de ajustamento.

Foi uma bandeira da troika e talvez a maior derrota do FMI no programa de ajustamento. Foi a medida que prometia suavizar a recessão e que acabou no lixo. Foi a receita que Vítor Gaspar primeiro desvalorizou e depois implementou numa versão adaptada, para recuar dias depois perante centenas de milhares de portugueses na rua a protestar e o descontentamento dos patrões. Foi também por ela que António Borges apelidou de ignorantes os empresários que a criticaram. Chama-se desvalorização fiscal, propõe uma descida da TSU dos trabalhadores em troca de uma subida de IVA, e volta a ser analisada num estudo publicado no BCE, no qual são analisados os casos português e espanhol. As conclusões voltam a apontar vantagens de uma medidas deste tipo.

 

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Os riscos para o défice em dois gráficos da UTAO

08/07/2014
Colocado por: Rui Peres Jorge

Uma das melhorias relevantes na transparência orçamental em Portugal nos últimos anos foi a criação da  Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), a trabalhar no Parlamento, e a divulgação das análies regulares que faz à execução orçamental. Um exemplo: quem quiser ficar com uma ideia do que está a acontecer na evolução das receitas e despesas das Administrações Públicas (AP) até Maio – e logo dos riscos para os objectivos orçamentais deste ano – consegue fazê-lo com recurso a apenas dois gráficos de evolução das receita e despesa públicas.

 

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Pode o BCE fazer mais por Portugal?

03/07/2014
Colocado por: Rui Peres Jorge
Mari Draghi

Mario Draghi

Há um mês o BCE apresentou um pacote de estímulo monetário para a Zona Euro para afastar o risco de deflação, estimular a retoma e reduzir a fragmentação financeira na região, isto é, baixar os juros para empresas viáveis na periferia, nomeadamente em Portugal.

 

Entre as várias medidas apresentadas destacam-se quatro: taxa de juro negativa nos depósitos dos bancos no BCE; empréstimos a quatro anos à banca europeia contra a garantia de cedência de crédito à economia; a aceleração de um plano de compra de activos (créditos) titularizados; e o anúncio de que o BCE poderá avançar com um plano de compra de activos em larga escala se estas medidas não forçaram um aumento da inflação esperada.

 

Passado um mês, vale a pena juntar alguns elementos para tentar responder a duas questões:

 

1. Serão as medidas do BCE suficientes para puxar pela inflação e pela retoma da Zona Euro?

 

2. Poderia o BCE fazer mais por Portugal?

 

Para a primeira pergunta não há uma resposta segura. É esperar e ver, diz o próprio BCE. Já quanto à segunda, são várias as análises que apontam para que mais pudesse ser feito em Frankfurt por Lisboa. Ou pelo menos, mais depressa.

 

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A inflação de 4% e a relevância do Fórum de Sintra

27/05/2014
Colocado por: Rui Peres Jorge
Fórum de Sintra

Fórum de Sintra

 

Termina hoje em Sintra um encontro de dois dias que debate os principais desafios que se colocam à política monetária internacional e que conta com os mais altos responsáveis do BCE e FMI, vários governadores de bancos centrais e muitos economistas que nos últimos anos têm marcado o pensamento sobre a actividade dos banqueiros centrais e das políticas monetárias e financeiras.

 

Sendo a estreia do BCE na organização de uma grande conferência internacional deste tipo, ainda permanece uma incógnita a influência do Fórum de Sintra – que pretende complementar deste lado do Atlântico a reflexão que anualmente, no final de Agosto, ocorre em Jackson Hole nos EUA. A experiência norte-americana aconselha a que não se desvalorizem estes encontros informais que juntam, em ambiente prazenteiro, alguns dos homens (e muito poucas mulheres) mais poderosos do mundo, seja pela força das suas ideias, seja pela sua capacidade de influenciar a vida de cada um de nós com as suas decisões. Vejamos alguns exemplos.

 

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