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Rui Peres Jorge

Sobre Rui Peres Jorge

Rui Peres Jorge é jornalista da secção de Economia do Negócios e editor do “massa monetária”. Começou no Semanário Económico em 2002. É mestre em Economia Monetária e Financeira pelo ISEG e pós-graduado em Contabilidade Pública, Finanças Públicas e Gestão Orçamental pelo IDEFE/ISEG, duas das suas áreas de especialização em jornalismo. Conta com cursos de formação em jornalismo económico na Universidade de Columbia em Nova Iorque (Citi Journalistic Excellence Award, 2009) e em jornalismo no Committee of Concerned Journalists em Washington (Bolsa da FLAD, 2010). Ganhou vários prémios na sua área de especialização. Lecciona a cadeira de Jornalismo Económico na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica. Nasceu em 1977 e vive em Lisboa.

As privatizações não resolvem a crise

11/07/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

 

Apresentei um novo objectivo no sentido de antecipar já para o terceiro trimestre algumas das privatizações previstas ainda para este ano, nomeadamente a da REN e da EDP. Quanto mais depressa nós conseguirmos abrir a nossa economia a capitais externos, à  concorrência e à liquidez dentro da nossa economia melhor garantiremos o retorno do crescimento a médio prazo e mais suave será a crise para os portugueses

 

Pedro Passos Coelho, 30 de Junho 

 

 

A Grécia, sob pressão financeira e europeia, aprovou há duas semanas um pacote de privatizações no valor de 50 mil milhões de euros, um volume de venda que lembra a muitos o processo vivido pela Alemanha de leste após a queda do muro de Berlim. A 2.900 quilómetros de distância, em Lisboa, o executivo português defendia, no mesmo dia, no respectivo Parlamento, o seu programa de Governo que inclui um programa de privatizações, bem mais modesto mas, ainda assim, volumoso no montante (mais de cinco mil milhões de euros) e nas intenções (moderar os efeitos da crise sobre os portugueses).

 

Confrontando as posições oficiais com as de outros economistas, tende-se a concluir que os pacotes de privatizações incluidos nos programas de ajustamento confirmam que, face ao colapso financeiro, a troika e os líderes europeus entendem que, em troca da assistência financeira, os países intervencionados devem, além dos juros, proceder a um pagamento adicional através da alienação – a preços relativamente baixos – de uma parte significativa de activos próprios, os quais serão comprados por empresas de países ricos ou financeiramente saudáveis, muitos delas europeias.   

 

A imposição desse “pagamento adicional” pode até ser defendido como importante factor disciplinador da gestão financeira futura dos países visados e necessário para evitar uma reestruturação da dívida pública (que impõe, em principio, mais custos aos credores). Mas se assim for, então será mais rigoroso usar esses argumentos, do que as promessas de ganhos de eficiência e crescimento, efeitos que, privatizações em larga escala neste momento de stress, dificilmente conseguem suportar.

 

O programa do Governo em três palavras: Estado, empresas e gestão

29/06/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

Vale o que vale, mas… quais serão as palavras que o programa de Governo de 129 páginas mais repete? Feitos alguns ajustes para retirar algumas que são naturalmente muito frequentes neste tipo de documento – como Governo, Portugal ou programa – há três termos no documento que se destacam pela repetição: Estado, empresas e gestão.

 

 

 

Fonte: Programa de Governo, Negócios e Wordle

Os avisos do banco central dos bancos centrais

28/06/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

O Banco de Pagamentos Internacionais (BIS, na sigla em inglês) divulgou no fim de semana o seu relatório anual. Vindo da instituição cuja equipa de economistas foi uma das que avisou mais cedo para a actual crise, vale a pena atentar nos conselhos que chegaram de Basileia.

 

Dois breves comentários: há referências directas aos problemas nos EUA (“Nenhuma economia – não interessa quão grande, rica e poderosa – está imune aos riscos colocados pela incoerência orçamental”), mas nenhuma à China ou a movimentos cambiais bruscos e desordeiros; Por outro lado, e talvez mais interessante, seja o que o “banco central dos bancos centrais” nos diz sobre o actual estado do sistema financeiro mundial: os bancos centrais continuam a subsidiar bancos através da sua política monetária, os reguladores não resolveram o problema fulcral das instituições demasiado grandes para falir (e precisam de ser avisados sobre a importânica de implementarem Basileia III) e, ainda, a inovação financeira está de volta de tal forma que faz lembrar o período que conduzir à crise. Visto da perspectiva dos bancos: nada mau.

Pequeno guia para sete quadros que a troika vai querer ver

22/06/2011
Colocado por: Rui Peres Jorge

Em parte a pensar nas exigências da troika o Banco de Portugal e a sua equipa de estatística apresentou uma reformulação do capítulo inicial do seu boletim estatístico mensal, no qual recupera e compila (de forma mais simples e graficamente apurada) alguma da informação estatística essencial para perceber os caminhos que a economia portuguesa está a trilhar.

 

Aqui fica um pequeno guia com sete dos quadros incluídos nesse capítulo “Principais Indicadores” que aqui pelo massa monetária se pensa que vão estar no radar da troika.